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sexta-feira, 25 de abril de 2014

Rio Maior e o 25 de Abril de 1974



Este artigo é para contextualizar a situação de Rio Maior na época da revolução dos cravos.
Vou usar excertos do excelente livro “História de Rio Maior” de Fernando Duarte e edição do autor.
Fernando Duarte tenta dar uma visão objetiva dos acontecimentos, mas conforme ele mesmo admite, sem ter a necessária distanciação temporal, já que o relato é jornalístico.


“A 17 de Janeiro de 1974, iniciaram-se, em Rio Maior, as obras de construção do primeiro cinema-estúdio do Ribatejo, de que é proprietário Fernando Casimiro. O projecto, modernista, é da autoria do arquitecto Jaime Dias de Azevedo, e a direcção do engenheiro Martins Vasco.
Em Fevereiro de 1974, comemora-se o 50º aniversário da Escola Comercial Municipal de Rio Maior. Estão concluídos o pavilhão gimno-desportivo e a nova sede da Casa do Povo de Rio Maior.
A 7 de Abril, o Cardeal Patriarca de Lisboa, D. António Ribeiro, visita a vila de Rio Maior.
O Almirante Américo Tomaz, Presidente da República, anuncia-se em em Fevereiro desse ano, visitará o Ribatejo: no dia 27 de Abril, Tomar; e no dia 28 de Abril, Rio Maior. Na vila, fazem-se preparativos mas a visita não se efectua pois o regime marcelista é derrubado a 25 de Abril de 1974. Nos jornais de 24, ainda se noticiam essas visitas.

O fim do Estado Novo, da ditadura de Salazar e Caetano, a 25 de Abril de 1974, é festejado em todo o concelho. Os elementos da Câmara Municipal estão demissionários mas mantêm-se até à eleição da nova Comissão Administrativa que, em Junho, toma posse no Governo Civil de Santarém. A 1 de Maio, Rio Maior manifestou exuberantemente o seu apoio ao triunfante movimento dos capitães e saúda a Junta de Salvação Nacional e o general António Spínola.
Eleita em assembleia popular, a Comissão Administrativa do Município de Rio Maior, tem a seguinte constituição: Presidente, Alberto Santos Goucha; vogais, José da Silva Pulquério, Mário Lopes Goucha, Arlindo Ferreira Santos e dr. Francisco Bergstrom Barbosa. Em Junho de 1974, esta Comissão toma posse, no Governo Civil de Santarém, no mesmo dia das de Santarém e Torres Novas. Curioso. Do acto de posse foram testemunhas, Armando Pulquério e Fernando Duarte, dois elementos do jornalismo regional.
A 24 de Julho de 1974 é impresso na tipografia de Rio Maior o nº 2.000 de Diário do Ribatejo. A 1 a 8 de Setembro, a Grande Feira realiza-se no novo clima de liberdade que se vive no país. ...
(...)
Em Dezembro comemora-se o 88º aniversário da Associação dos bombeiros Voluntários de Rio Maior e o Governador Civil desloca-se ao concelho para inaugurar a luz eléctrica em algumas das últimas povoações rurais que ainda a não possuíam.
Em Janeiro de 1975, iniciam-se, no Concelho de Rio Maior, as sessões de esclarecimento político dos vários partidos. ...
(...)
As eleições para os deputados à Assembleia Constituinte, em 25 de Abril de 1975, são, no concelho de Rio Maior, favoráveis sobretudo ao Partido Socialista e ao Partido Popular Democrático. Na vila, constituíram-se núcleos dos principais partidos. O concelho regista 13.586 eleitores.
(...)
A 13 de Julho de 1975, incidentes graves têm lugar em Rio Maior. Agricultores assaltam e destroiem, na vila, as sedes do Partido Comunista Português, na rua D. Fernando, e da Frente Socialista Popular, na rua D. Afonso Henriques. O Largo e a zona do Parque estão apinhadas de gente, irada contra os comunistas, vinda de todas as partes do concelho. Sucessivas edições de Diário do Ribatejo esgotam-se devido à objectividade da informação acerca do caso de Rio Maior. O povo diz que a Imprensa de Lisboa está manipulada pelos comunistas. Nos dias imediatos, milhares de exemplares do Diário de Lisboa e do Diário Popular, são rasgados no Largo. Forte dispositivo militar e da G.N.R. intervem. O Governador Civil desloca-se a Rio Maior. O clima é tenso e o povo não aceita a acusação de reaccionarismo. Fugitivos da prisão de Alcoentre foram capturados pela G.N.R. de Rio Maior. Na vila, gera-se uma hostilidade ao P.C.P. que se alarga a todo o país e cujos ecos chegam ao estrangeiro.
Em Agosto de 1975, Mário Soares fala num comício em Rio Maior. No mesmo mês, piquetes de vigilância interceptam, na vila, uma caravana de automóveis que, com armas, se dirigia a Leiria.
O dr. Francisco Bergstrom Barbosa demite-se da Comissão Administrativa do Município. (...)
Nos primeiros dias de Setembro, realiza-se a Grande Feira e o P.C.P. e o MDP/CDE afirmam que o ELP tem forte implantação no concelho de Rio Maior.
Um movimento de pequenos e médios agricultores, que hostiliza a reforma agrária e a ocupação selvagem de propriedades, converge para Rio maior, como centro de reivindicação. Rio Maior contesta a reforma agrária. Em Santarém após um encontro de agricultores, geram-se incidentes graves com camponeses convocados e que provoca mortes.
A 24 de Novembro de 1975 mais de 25.000 pessoas assistem em Rio Maior, a um plenário de pequenos e médios agricultores anti comunistas, reunião de significado histórico, comentada nacional e internacionalmente.
De 24 para 25 de Novembro de 1975 erguem-se barricadas em Rio Maior e durante horas é vedado o acesso a Lisboa. Uma revolução militar de esquerda saída na precipitação provocada pela tomada de posição de Rio Maior, é abafada pelas forças fiéis ao Governo do almirante Pinheiro de Azevedo.
Em Rio Maior é criada a CAP – Confederação Nacional de Agricultores.
(...)
Enquanto tudo isto se passa ainda sem proporcionar uma adequada perspectiva histórica ao estudioso, que só o tempo facultará, para um julgamento objectivo, os factos aqui ficam relatados com isenção. E uma coisa é certa – de um ponto de vista da história regional – na Câmara Municipal de Rio Maior há um notório esforço de dinamização, em situações nem sempre fáceis, mas Rio Maior caminha, confiante, no progresso do país novo e democrático criado pelo Movimento do 25 de Abril.”


sexta-feira, 20 de abril de 2012

Cristãos Novos

Massacre
Foi a 19 de Abril de 1506 (Fez ontem 506 anos) que se deu o início do Massacre de Lisboa, também conhecido como Matança da Páscoa ou ainda com Pogrom de Lisboa (Progrom é um ataque violento e maciço a pessoas com a destruição dos seus bens). Nesta matança que se prolongou por três dias, uma multidão perseguiu, torturou e matou centenas de pessoas acusadas de serem judias.
 
Árabes
A península Ibérica foi conquistada pelos Árabes entre os anos 711 e 713. A este novo espaço foi dado o nome de al-Garb al-Andalus (daqui advém o nome de Algarve). Na atual Estremadura portuguesa, desenvolveram-se os centros urbanos de al-Usbuna (Lisboa) e de Santarin (Santarém).
Os vestígios da longa permanência muçulmana são relativamente poucos, principalmente porque a política dos conquistadores cristãos foi a de destruir cada localidade retomada aos árabes e a de queima dos seus pertences. Mesmo assim, chegaram alguns vestígios árabes até aos nossos dias como a atual igreja matriz de Mértola (Antiga mesquita).
Também no concelho de Rio Maior é difícil identificar um vestígio que sem qualquer dúvida se possa caracterizar como muçulmano. Isto a pesar das muitas lendas e atribuições de nomes árabes a algumas construções, como a torre mourisca (S.J. da Ribeira), fonte mourisca (Assentiz), ...
D. Afonso Henriques nasceu em 1109 (ou 1108) e passa de facto a governar o Condado Portucalense em 1128. Em 1145 conquista Leiria, em 1147 Santarém e no mesmo ano Lisboa. O Algarve foi a última porção de território português a ser definitivamente conquistado aos mouros em 1249, no reinado de D. Afonso III.
Para evitar abusos aos muçulmanos por parte dos cristãos, ainda no século XII, D. Afonso Henriques outorgou aos mouros uma carta de fidelidade (amizade) e segurança. Nesta carta o novo rei dava liberdade aos mouros e garantia que a nenhum cristão seria reconhecido o direito de os maltratar.

Judeus
Acredita-se que os primeiros judeus chegaram à Península Ibérica ainda durante o reino do rei Salomão (970-931 a.C.), com os comerciantes de Tiro (fenícios).
As sucessivas invasões a Israel causaram a dispersão do povo hebreu pelo mundo (Diáspora). Estes exilados fizeram crescer em grande número a população judaica na Península Ibérica, na qual fundaram muitas comunidades e contribuíram para o florescimento cultural, económico e científico.
Em Santarém a comunidade judaica era numerosa e próspera já no período muçulmano. Estando Santarém no coração da lezíria e com uma localização privilegiada, foi desde sempre um próspero centro agrícula e comercial onde afluíram judeus. A Judiaria (bairro judeu) de Santarém constituiu uma das sete comarcas definidas por D. Dinis (1279-1325) e foi reconfirmada por D. João I (1385-1433). Em Santarém, os judeus dedicavam-se às atividades artesanais e intelectuais.

Morte aos Hereges
O combate aos hereges, começou a tomar forma com um tratado escrito pelo abade Pedro, que chefiava a abadia de Cluny em França, durante o século XII. Ele afirmava que para eliminar a heresia do seio da Igreja Católica era necessária uma purgação a realizar em quatro fases: Investigação, discussão, achado e defesa. Assim, começou-se a desenhar a Inquisição.
A Inquisição entrou em decadência com o Renascimento (século XV), mas em Espanha e Portugal ela foi revigorada, com a perseguição não apenas dos hereges, mas sobretudo dos judeus.
Porque é que os judeus passaram a ser considerados ‘criminosos’?
No século IV o cristianismo tornou-se a religião oficial do Império Romano, mas já no ano 325, o Concílio de Niceia culpava os judeus pela morte de Jesus (esta acusação só foi retirada pelo Vaticano em 1965). Esta hostilidade aos judeus advém em grande parte do ‘Novo Testamento’ em que existem referências que podem ser entendidas como os judeus terem sido os culpados pela morte de Jesus e de terem ligações com o diabo. Os pregadores cristãos começaram a falar mal dos judeus e assim começaram a crescer os mitos da ligação deles com rituais e atitudes satânicas. O anti-semitismo foi crescendo cada vez mais sendo os judeus acusados de todos os males que ocorriam, como secas e pestes. Os direitos e liberdades dos judeus começaram a ser restringidos.
A Inglaterra expulsou os Judeus em 1290 e a França em 1306. A Espanha em 1391 assassinou cerca de 4 mil judeus em Sevilha. Para escapar à morte, milhares de judeus espanhóis procuraram o batismo, embora muitos continuassem a praticar a sua religião secretamente. Em 1478, o papa Xisto IV, autorizou a criação oficial do Tribunal da Inquisição em Espanha. Como o confisco dos bens dos acusados pela Inquisição era norma, esta passou a ser uma ferramenta usada para o saque aos bens dos judeus. Em 1492 os reis espanhóis decretaram a expulsão de todos os judeus que não aceitassem a imediata conversão ao cristianismo. Quase 150 mil judeus atravessaram a fronteira e vieram para Portugal.


Cristão Novos
Em Portugal os cristãos, muçulmanos e judeus mantinham uma boa convivência.
O rei D. Manuel I decidiu casar com Isabel, filha dos reis espanhóis que exigiram que Portugal expulsasse os judeus. Como os judeus eram responsáveis por uma importante parcela da economia nacional o rei preferiu transformá-los em Cristãos Novos por meio de um batismo forçado em 1497.
A violência explodiu em 1506, com o massacre de Lisboa, conforme está descrito no início deste artigo.
Em 32 de Maio de 1536, o rei D. João III teve autorização do papa para instalar a Inquisição em Portugal. A partir desta data foram mortos muitos Cristãos Novos nos autos-de-fé da Inquisição e estes tribunais foram usados para retirar os bens aos acusados que por muitos eram cobiçados.
Durante o período dos reis espanhóis (1580-1640) a Inquisição teve de alargar a sua base de apoio e controlo da população. Foram criados os conhecidos Familiares do Santo Ofício que tratavam-se de agentes locais da Inquisição com a função de recolherem informação, denunciarem, acompanharem a prisão e participarem no saque dos bens do condenado.
O Marquês de Pombal, foi dos poucos políticos que conseguiu dominar a máquina da Inquisição e em 25 de Maio de 1773, acaba com a distinção entre Cristãos Velhos e Cristãos Novos.
A Inquisição acabou oficialmente em 1821 em Portugal e em 1834 em Espanha.

Descobrimentos Portugueses
Os descobrimentos Portugueses, foram o conjunto de viagens e explorações marítimas realizadas entre 1415 e 1543 pelos portugueses.
Interessante é relacionar a fase de ouro da nacionalidade portuguesa com a época de grande tolerância e boa convivência entre povos que aqui habitavam. De notar que desde o final do século XIII os judeus vêm sendo escorraçados das outras nações europeias e que tinham em Portugal um porto seguro. No início do século XVI começaram os problemas também em Portugal, coincidindo com o final da época dos descobrimentos.
Os judeus, mouros e gentes de outras terras que viviam em Portugal estiveram sempre na frente das explorações marítimas com novos conhecimentos e técnicas de navegação. Por exemplo, Abraão Zacuto que esteve em Portugal foi o autor de um novo e melhorado Astrolábio e editou em 1496, numa oficina em Leiria, as Tábuas Astronómicas para os anos de 1497 a 1500 (As Tábuas permitiam aos navegadores orientarem-se pelas estrelas).


Rio Maior
Nesta altura e quem teve a paciência de ler esta síntese histórica, deve-se estar a questionar da razão da existência deste artigo num blog relacionado com a região de Rio Maior.
Só peço um pouco mais de paciência que a ligação está quase a chegar.
Num censo realizado em 1527, identifica-se que em número de vizinhos (vizinhos eram famílias e em média representavam 5 pessoas) a distribuição na região era a seguinte: Arruda – 27; Outeiro – 13; Cortiçada – 6; Correias – 14; Rio Maior – 98; Arrouquelas – 5; Malaqueijo – 24;  Assentiz – 13; Marmeleira – 11; Sourões – 14; Alcobertas e Alqueidão – 40; Teira e Fonte Longa – 16 e Cabos – 6.
Parece-me um número muito reduzido de habitantes para uma zona que se encontra muito perto de Santarém (perto mesmo para os meios de locomoção da época) e para uma terra fértil em termos agrícolas, com muita água, com um subsolo rico em minerais e na altura com muita e variada fauna.
Também existem relatos que não se coadunam com uma terra de pequenas dimensões, como: D. Fernando (reinou entre 1367 e 1383) visitou várias vezes Rio Maior para descansar e caçar; existe uma referência a D. Fernando ter vindo para Rio Maior com a sua Côrte após assinada a paz com Castela; D. Pedro, duque de Coimbra ficou em Rio Maior antes da batalha de Alfarrobeira (onde veio a falecer); ...
Em Arrouquelas, por exemplo, enquanto em 1527 só foram identificadas 5 famílas, existem relatos de nesta aldeia já ter havido: Uma possível mesquita (vestígios encontrados por baixo da atual igreja); várias fontes de mergulho muito antigas; um açude em estacaria de madeira associado a uma azenha; uma fábrica de Tijolo Ladrilho; uma ferraria; um lagar; ...
Embora algumas destas referências possam não ser completamente verdadeiras, quero é evidenciar o aparente desfasamento entre o número de habitantes em 1527 e a importância e ocupação que as terras da região tinham.
Sabendo que esta região era habitada por mouros e judeus e que a partir de 1506 começou o massacre, arresto de bens e destruição das edificações dos Cristãos Novos, é muito provável que aqui também tenha havido um massacre.
Continuando com o exemplo de Arrouquelas e com base no artigo referenciado a seguir que se encontra no site da Junta de Freguesia de Arrouquelas, junto à igreja, existe um local (os Mor Tórios) que segundo a lenda, houve aí uma grande mortandade.

Apesar desta época da história portuguesa ter partes bastantes escuras, seria bom realizar um estudo mais exaustivo pois para criarmos um futuro sólido e coerente é fundamental conhecermos o nosso passado, pelo menos, para não voltarmos a cometer os mesmos erros.

terça-feira, 6 de março de 2012

Agregação de Freguesias em Rio Maior.

Está em curso o processo de agregação de Freguesias.

Há quem esteja a favor, há quem seja contra. Há quem diga que existe um número excessivo de Freguesias e que isso deriva de um tempo em que a mobilidade das pessoas era muito difícil. Há quem afirma que ao se suprimirem Freguesias se está a perder a identidade das terras e a se perder a vantagem da proximidade com os fregueses.
A verdade é que o processo de agregação de Freguesias parece inevitável e que as diversas Assembleias Municipais vão ter de decidir até Julho deste ano sobre quais as Freguesias dos seus Concelhos que devem de ser agregadas.

Numa sugestão inicial, definia-se que os indicadores a usar para a agregação de Freguesias deveriam ter em conta o tipo de Freguesia (rural ou urbana), a densidade populacional e a distância à sede de Concelho.
No Concelho de Rio Maior, treze Freguesias são APR (Área Predominantemente Rural) e só uma, Rio Maior, é APU (Área Predominantemente Urbana).

De seguida, listo as 6 Freguesias do Concelho de Rio Maior que inicialmente foram apontadas como candidatas a serem agregadas:
- Arruda dos Pisões (Dista 8,981km e segundo os censos de 2011 tem 404 habitantes)
- Azambujera (Dista 14,728km e segundo os censos de 2011 tem 457 habitantes)
- Vila da Marmeleira (Dista 12,034km e segundo os censos de 2011 tem 441 habitantes)
- Ribeira de São João (Dista 7,071km e segundo os censos de 2011 tem 495 habitantes)
- Malaqueijo (Dista 11,178km e segundo os censos de 2011 tem 437 habitantes)
- Assentiz (Dista 11,203km e segundo os censos de 2011 tem 424 habitantes)

Resta esperar pela decisão da Assembleia Municipal de Rio Maior.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Novo site do Município de Rio Maior

A Câmara Municipal de Rio Maior tem o seu espaço na Internet com novos conteúdos, mas principalmente com uma imagem renovada.


A não perder a secção de mapas, que está realmente muito boa. Pode-se consultar o mapa com um elevado nível de pormenor até à escala de 1:100 e com vários níveis de opções: Cartografia Militar; Ortofotomapas de 2006; PDM; Cartografia CIMLT/CMRM de 2006; Cadastro Rústico de 2004; Edifícios; Eixos de Via e Limites Administrativos de 2010.

Fica de seguida o mapa do Concelho de Rio Maior.

Falta dizer o endereço: http://www.cm-riomaior.pt/
Neste Blog também existe um atalho para o site da Câmara no lado direito.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Chave da Cidade de Rio Maior


Para quem não saiba, Rio Maior tem chave.
Esta cópia da chave, foi entregue a Mário Soares e tem por dimensões 19x5,5x1cm.
Claro que estou a falar da chave de honra da cidade.

sábado, 6 de novembro de 2010

Concelho de Rio Maior e sua História

Rio Maior foi elevada a sede de concelho a 6 de Novembro de 1836 e embora nunca tenha tido foro de vila, a partir desta data passou a ser considerada como tal. A elevação de Rio Maior a sede de concelho ocorreu por decreto de D. Maria II devido a um reordenamento administrativo do reino que foi coordenado por Passos Manuel.

Heráldica do Concelho de Rio Maior:
No escudo destacam-se as duas pirâmides de sal que representam as salinas e que são o verdadeiro símbolo desta região. O facto de terem a côr prata, pretende significar a riqueza e a humildade.
O rodízio de engenho, simboliza a riqueza industrial que provinha das suas noras e extracção mineira.
O rio Maior tinha de estar representado, já que deu o nome à cidade e a sua forma ondulada exprime caridade e lealdade.
O terreno verde também não podia faltar dado o cariz agrícula da região e neste escudo pretende representar a fertilidade da região e simbolizar a fé e esperança de um povo.
Curioso é o fundo negro, mas em termos heráldicos esta côr significa firmeza e honestidade.
Em termos oficiais as regras heráldicas para o Concelho de Rio Maior saíram no Diário da República, nº144 de 26 de Junho de 1986 (Rio Maior foi elevada a cidade em 1985) e diz:
Brasão: de negro, duas pirâmides de sal de prata, assente num terrado de verde, em contra chefe, cortado por três faixetas ondadas de prata e de azul. Em chefe um rodízio de engenho de prata. Coroa mural de cinco torres de prata. Listel branco com os dizeres a negro «Cidade de Rio Maior».
Bandeira: gironada de oito peças de branco e verde. Cordão e borlas de prata e verde. Haste e lança de ouro.
Selo: circular, tendo ao centro as peças das armas sem indicação dos esmaltes. Em volta, dentro de círculos concêntricos, os dizeres «Câmara Municipal de Rio Maior».


O Edifício dos Paços do Concelho:
Os primeiros autarcas tomaram posse a 13 de Janeiro de 1837 e os Paços do Concelho ficaram num edifício do qual se perdeu a identidade, mas em 1837 o governo civil de Santarém cedeu o edifício de um antigo hospício de frades franciscanos à Câmara Municipal que se passou a instalar aí desde 19 de Fevereiro de 1838. Inicialmente ficaram neste edifício as repartições públicas do concelho, a câmara, a administração, a repartição de fazenda, o tribunal judicial e ainda uma escola do sexo masculino.
Segundo consta, uma D. Anna terá em 1763 fundado um hospício que mais tarde o doou aos frades franciscanos, com a obrigação de estes criarem aí uma fábrica de buréis (burel é um tecido grosseiro de lã como o que é usado para os hábitos dos frades) de modo a dar emprego às pessoas necessitadas da povoação. A data da fundação do hospício vem de uma inscrição que estava numa pedra e na qual se lia ‘Aedificata est aedicula Sacra família, 1763’.
Em 1915 foi demolido o edifício que fazia frente à Câmara Municipal e foi empedrado o largo agora conhecido por Praça da República.
Nos anos 80 o edifício já não se adequava às suas funções e segundo solicitação da Câmara, o arquitecto José Amorim projectou o actual edifício em 1988. O edifício primitivo foi demolido e em 27 de Maio de 1992 é inaugurado o actual edifício com a presença do então Presidente da República, Dr. Mário Soares.
Imagens actuais:





Imagens do antigo edifício:



História do Concelho de Rio Maior:
Como referi, Rio Maior foi elevada a sede de concelho a 6 de Novembro de 1836 por decreto de D. Maria II. Anteriormente, Rio Maior pertencia ao concelho de Azambujeira que fora criado em 27 de Maio de 1633 por Filipe de Portugal e agora extinto.
Inicialmente o concelho de Rio Maior ficou constituído pelas freguesias de Rio Maior, Arruda dos Pisões, Azambujeira, Outeiro da Cortiçada, São João da Ribeira e Abitureiras.
Logo a 4 de Junho de 1837 a freguesia de Abitureiras foi desanexada de Rio Maior e passou a fazer parte do concelho de Santarém.
Em 1855 as freguesias de Alcobertas e Fráguas passam a pertencer a Rio Maior devido à extinção do concelho de Alcanena que passou a ser uma freguesia de Santarém.
Em 1877 aparece a freguesia da Vila da Marmeleira por desanexação do lugar de Marmeleira de São João da Ribeira.
Em 1962 São João da Ribeira volta a dividir-se, surgindo assim a freguesia de Arrouquelas.
Em 1984, novamente São João da Ribeira é dividida e surgem assim as freguesias de Ribeira de São João e de Malaqueijo. Mas também neste ano surge a freguesia de São Sebastião por divisão de Fráguas e a freguesia de Asseiceira por divisão de Rio Maior.
Em 1985 Rio Maior é elevada a Cidade.
Em 1989 o concelho de Rio Maior ficou com a divisão administrativa actual com a formação da freguesia de Assentiz por divisão da Vila da Marmeleira.



As origens e história de Rio Maior:
As primeiras provas de vida humana em Rio Maior remontam à pré-história.
Principalmente na zona das Bocas, foram encontrados vários materiais referentes ao período do Paleolítico Inferior e Superior.
Nas grutas de Nossa Senhora da Luz (http://rio-maior-cidadania.blogspot.com/2010/03/gruta-em-nossa-senhora-da-luz.html) foram encontrados vestígios de enterramentos que decorreram desde o Paleolítico Superior até ao Calcolitico.
A Anta de Alcobertas (http://rio-maior-cidadania.blogspot.com/2010/02/dolmen-igreja-de-santa-maria-madalena.html) é um vestígio surpreendente do Neolítico que chegou até nós.
Da época Eneolítica existem vários vestígios como os existentes no Alto das Bocas e que são compostos por fragmentos de carvão, cerâmicas e alguns artefactos.
Da Idade do Ferro também existem vários vestígios como o Castro de São Martinho (http://rio-maior-cidadania.blogspot.com/2010/03/castro-de-sao-martinho.html).


Da presença romana existem muitos vestígios como a Villa Romana (http://rio-maior-cidadania.blogspot.com/2009/12/villa-romana-de-rio-maior.html), a estátua de ninfa aí encontrada, o denominado Buraco da Moura (túnel de tijoleira para canalizar a água do rio Maior para uma fundição de metais) e vários fustes e mosaicos encontrados em campos de cultivo.
Uma actividade importante para os romanos nesta região era a recolha do sal (http://rio-maior-cidadania.blogspot.com/2010/06/salinas-de-rio-maior.html), embora a exploração das salinas já fosse realizada em tempos mais remotos. A estrada romana que ligava Lisboa a Braga passava perto o que facilitava o escoamento do sal. Desta estrada existem vários vestígios, como os existentes no Alto da Serra e a ponte em Assentiz (http://rio-maior-cidadania.blogspot.com/2009/12/ponte-romana-assentiz.html).
Depois vieram os Muçulmanos que para além de alguns vestígios arquitectónicos como a Torre Mourisca datada de 1111 em São João da Ribeira (http://rio-maior-cidadania.blogspot.com/2010/01/torre-mourisca-e-igreja-matriz.html), deixaram algumas alfaias e técnicas agrícolas como o fabrico de adobo que se usou até ao século XIX. Em Alcobertas resistiram até os nossos dias os silos usados para guardar cereais (http://rio-maior-cidadania.blogspot.com/2010/01/silos-medievais-em-alcobertas.html) e ainda no forno cerâmico (http://rio-maior-cidadania.blogspot.com/2010/02/forno-medieval-em-alcobertas.html). Dos Muçulmanos ficaram também muitas lendas, como a da fonte em Assentiz (http://rio-maior-cidadania.blogspot.com/2009/12/fonte-mourisca-assentiz.html), a do monte de S. Gens (http://rio-maior-cidadania.blogspot.com/2010/01/fontanario-em-sao-joao-da-ribeira.html) e a da quinta do Jogadouro (http://rio-maior-cidadania.blogspot.com/2010/10/moinho-dagua-jogadouro.html).
A extracção do sal foi continuada e mesmo ampliada pelos Muçulmanos.
Com a conquista de Santarém por D. Afonso Henriques, passaram a ser os Templários a querer disputar as salinas, conforme mostra o documento de 1177 de compra de parte do poço (1/5) a Pêro d’Aragão (este é o documento mais antigo referente a Rio Maior que se conhece e está guardado na Torre do Tombo).


Durante a período medieval o território de Rio Maior encontrava-se dividido entre o priorado da ordem de Avis e o domínio dos frades (http://rio-maior-cidadania.blogspot.com/2010/04/arco-da-memoria.html). As principais actividades económicas eram a agricultura (centeio, trigo, cevada, milho e painço), viticultura, extracção de sal e extracção mineira.
Existe registo de vários acontecimentos e personagens da realeza que foram passando por Rio Maior:
- D. Fernando I participou em montarias nesta região e aqui descansou após a assinatura do tratado de paz com Castela após a entrada destes em Lisboa (1373).
- O duque de Coimbra, D. Pedro instalou nesta zona as suas tropas para se preparar para a batalha de Alfarrobeira (1449).
- Em 1802 foi atribuido o título de Conde de Rio Maior a João Vicente de Saldanha (http://rio-maior-cidadania.blogspot.com/2010/05/os-condes-e-marqueses-de-rio-maior.html).
- Durante a terceira invasão napoleónica a Portugal, o general francês, Junot, é gravemente ferido na cabeça à passagem por Rio Maior (1810).
- D. Miguel também fica em Rio Maior, na chamada Casa Senhorial (http://rio-maior-cidadania.blogspot.com/2010/02/casa-senhorial-del-rei-d-miguel-casa-da.html) antes da batalha de Almoster que perdeu entre os liberais e miguelistas (1834)
.
Evolução demográfica da região:
- Em 1527, nos primeiros censos do reino, Rio Maior possuía 89 vizinhos e Alcobertas 40.
- No início do século XVIII, Rio Maior possuía 260 vizinhos e São João da Ribeira 300.
- Em 1758, Rio Maior possuía 3.000 pessoas com mais de sete anos e São João da Ribeira 1.830.
- Já como concelho, a evolução demográfica é a representada pelo gráfico e seguinte tabela.
Data ....... 1849 . 1900 . 1930 . 1960 . 1981 . 1991 . 2001 . 2004
Habitantes 5405 11645 15150 19356 19894 20119 21110 21621

Resumo Histórico de Rio Maior até à inauguração do actual edifício dos Paços do Concelho:
1177 – Documento mais antigo do concelho «Doacom de salinas e Rio Mayor» ;
(----) – Rio Maior pertence ao Termo da Vila de Santarém;
1449 – D. Pedro, duque de Coimbra, a caminho de Alfarrobeira;
1619 – Fundação de Albergaria Régia;
1633 – O lugar de Rio Maior passa a pertencer ao Concelho da Vila de Azambujeira;
1759 – Fundação da Santa Casa da Misericórdia de Rio Maior;
1761 – Criação da Feira Anual (actual Feira da Cebola);
1763 – A albergaria é entregue aos frades franciscanos arrábidos;
1789 – Estrada Real de D. Maria I (Lisboa – Rio Maior – Alcobaça – Coimbra);
1803 – Criação do título de Conde de Rio Maior (João V.S.O. Juzarte Figueira e Sousa);
1810 – Junot ferido aquando da 3ª Invasão Francesa;
1834 – D. Miguel (rei absolutista) pernoita nas vésperas da batalha de Almoster;
1836 – Criação do Concelho de Rio Maior;
1837 – A Câmara Municipal é instalada no edifício da albergaria;
1837 – Abitureiras é desanexada de Rio Maior e passa para Santarém;
1855 – As freguesias de Alcobertas e Fráguas passam a pertencer a Rio Maior;
1869 – Fundação do Grémio de Instrução e Recreio Riomaiorense;
1870 – Reconstrução do Hospital da Misericórdia;
1877 – Criação da freguesia de Vila da Marmeleira;
1878 – Fundação da Escola Primária da Vila;
1880 – Inauguração do Teatro Riomaiorense;
1886 – Fundação da Escola Municipal Secundária;
1892 – Fundação da Associação dos Bombeiros Voluntários de Rio Maior;
1893 – Fundação de «O Riomaiorense», primeiro jornal de Rio Maior;
1916 – Registo da Mina de Lignite do Espadanal;
1920 – Constituição da Empresa Industrial Carbonífera e Electrotécnica Lda, Conc. das Minas do Espadanal;
1924 – Criação da Escola Comercial Municipal;
1928 – Electrificação da Vila de Rio Maior;
1935 – Inauguração do Matadouro Municipal;
1945 – Inauguração da linha férrea Rio Maior-Vale de Santarém (transporte de carvão);
1946 – Início da exploração de areeiros;
1955 – Início da laboração da Fábrica de Briquetes da Mina do Espadanal;
1957 – Fundação da empresa «Carnes Nobre»;
1962 – Criação da freguesia Arrouquelas;
1969 – Encerramento das Minas do Espadanal;
1972 – Fundação da União Desportiva de Rio Maior;
1978 – «Renascimento» do Coral e Orquestra Típica de Rio Maior;
1983 - Descoberta de vestígios de uma Villa Rustica Romana, denominada, Villa Romana de Rio Maior
1984 – Criação das freguesias de São Sebastião, São João da Ribeira e Malaqueijo.
1985 – Rio Maior é elevada a Cidade;
1992 – Inaugurado o novo edifício dos Paços do Concelho.
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Alguns dados deste artigo foram retirados de outras páginas da internet com artigos muito interessantes, como por exemplo:
Site da Câmara Municipal
Site do Jornal Região de Rio Maior
Blog Memórias de Rio Maior
Site Wikipédia
Blog do Centro de Estudos Riomaiorenses

sábado, 12 de dezembro de 2009

Brasões das Freguesias de Rio Maior

O Brasão da Município de Rio Maior é:

As 14 Freguesias que formam o Concelho de Rio Maior têm como Brasões:
- Freguesia de Alcobertas


- Freguesia de Arrouquelas


- Freguesia de Arruda dos Pisões



- Freguesia de Asseiceira



- Freguesia de Assentiz


- Freguesia de Azambujeira



- Freguesia de Fráguas



- Freguesia de Malaqueijo


- Freguesia de Outeiro da Cortiçada



- Freguesia de Ribeira de São João



- Freguesia de Rio Maior


- Freguesia de São João da Ribeira



- Freguesia de São Sebastião
- Freguesia de Vila da Marmeleira