Rio Maior foi elevada a sede de concelho a 6 de Novembro de 1836 e embora nunca tenha tido foro de vila, a partir desta data passou a ser considerada como tal. A elevação de Rio Maior a sede de concelho ocorreu por decreto de D. Maria II devido a um reordenamento administrativo do reino que foi coordenado por Passos Manuel.
Heráldica do Concelho de Rio Maior:
No escudo destacam-se as duas pirâmides de sal que representam as salinas e que são o verdadeiro símbolo desta região. O facto de terem a côr prata, pretende significar a riqueza e a humildade.
O rodízio de engenho, simboliza a riqueza industrial que provinha das suas noras e extracção mineira.
O rio Maior tinha de estar representado, já que deu o nome à cidade e a sua forma ondulada exprime caridade e lealdade.
O terreno verde também não podia faltar dado o cariz agrícula da região e neste escudo pretende representar a fertilidade da região e simbolizar a fé e esperança de um povo.
Curioso é o fundo negro, mas em termos heráldicos esta côr significa firmeza e honestidade.
Em termos oficiais as regras heráldicas para o Concelho de Rio Maior saíram no Diário da República, nº144 de 26 de Junho de 1986 (Rio Maior foi elevada a cidade em 1985) e diz:
Brasão: de negro, duas pirâmides de sal de prata, assente num terrado de verde, em contra chefe, cortado por três faixetas ondadas de prata e de azul. Em chefe um rodízio de engenho de prata. Coroa mural de cinco torres de prata. Listel branco com os dizeres a negro «Cidade de Rio Maior».
Bandeira: gironada de oito peças de branco e verde. Cordão e borlas de prata e verde. Haste e lança de ouro.
Selo: circular, tendo ao centro as peças das armas sem indicação dos esmaltes. Em volta, dentro de círculos concêntricos, os dizeres «Câmara Municipal de Rio Maior».
O Edifício dos Paços do Concelho:
Os primeiros autarcas tomaram posse a 13 de Janeiro de 1837 e os Paços do Concelho ficaram num edifício do qual se perdeu a identidade, mas em 1837 o governo civil de Santarém cedeu o edifício de um antigo hospício de frades franciscanos à Câmara Municipal que se passou a instalar aí desde 19 de Fevereiro de 1838. Inicialmente ficaram neste edifício as repartições públicas do concelho, a câmara, a administração, a repartição de fazenda, o tribunal judicial e ainda uma escola do sexo masculino.
Segundo consta, uma D. Anna terá em 1763 fundado um hospício que mais tarde o doou aos frades franciscanos, com a obrigação de estes criarem aí uma fábrica de buréis (burel é um tecido grosseiro de lã como o que é usado para os hábitos dos frades) de modo a dar emprego às pessoas necessitadas da povoação. A data da fundação do hospício vem de uma inscrição que estava numa pedra e na qual se lia ‘Aedificata est aedicula Sacra família, 1763’.
Em 1915 foi demolido o edifício que fazia frente à Câmara Municipal e foi empedrado o largo agora conhecido por Praça da República.
Em 1915 foi demolido o edifício que fazia frente à Câmara Municipal e foi empedrado o largo agora conhecido por Praça da República.
Nos anos 80 o edifício já não se adequava às suas funções e segundo solicitação da Câmara, o arquitecto José Amorim projectou o actual edifício em 1988. O edifício primitivo foi demolido e em 27 de Maio de 1992 é inaugurado o actual edifício com a presença do então Presidente da República, Dr. Mário Soares.
Imagens actuais:Imagens do antigo edifício:
História do Concelho de Rio Maior:
Como referi, Rio Maior foi elevada a sede de concelho a 6 de Novembro de 1836 por decreto de D. Maria II. Anteriormente, Rio Maior pertencia ao concelho de Azambujeira que fora criado em 27 de Maio de 1633 por Filipe de Portugal e agora extinto.
Inicialmente o concelho de Rio Maior ficou constituído pelas freguesias de Rio Maior, Arruda dos Pisões, Azambujeira, Outeiro da Cortiçada, São João da Ribeira e Abitureiras.
Logo a 4 de Junho de 1837 a freguesia de Abitureiras foi desanexada de Rio Maior e passou a fazer parte do concelho de Santarém.
Em 1855 as freguesias de Alcobertas e Fráguas passam a pertencer a Rio Maior devido à extinção do concelho de Alcanena que passou a ser uma freguesia de Santarém.
Em 1877 aparece a freguesia da Vila da Marmeleira por desanexação do lugar de Marmeleira de São João da Ribeira.
Em 1962 São João da Ribeira volta a dividir-se, surgindo assim a freguesia de Arrouquelas.
Em 1984, novamente São João da Ribeira é dividida e surgem assim as freguesias de Ribeira de São João e de Malaqueijo. Mas também neste ano surge a freguesia de São Sebastião por divisão de Fráguas e a freguesia de Asseiceira por divisão de Rio Maior.
Em 1985 Rio Maior é elevada a Cidade.
Em 1989 o concelho de Rio Maior ficou com a divisão administrativa actual com a formação da freguesia de Assentiz por divisão da Vila da Marmeleira.
As origens e história de Rio Maior:
As primeiras provas de vida humana em Rio Maior remontam à pré-história.
Principalmente na zona das Bocas, foram encontrados vários materiais referentes ao período do Paleolítico Inferior e Superior.
Nas grutas de Nossa Senhora da Luz (http://rio-maior-cidadania.blogspot.com/2010/03/gruta-em-nossa-senhora-da-luz.html) foram encontrados vestígios de enterramentos que decorreram desde o Paleolítico Superior até ao Calcolitico.
A Anta de Alcobertas (http://rio-maior-cidadania.blogspot.com/2010/02/dolmen-igreja-de-santa-maria-madalena.html) é um vestígio surpreendente do Neolítico que chegou até nós.
Da época Eneolítica existem vários vestígios como os existentes no Alto das Bocas e que são compostos por fragmentos de carvão, cerâmicas e alguns artefactos.
Da Idade do Ferro também existem vários vestígios como o Castro de São Martinho (http://rio-maior-cidadania.blogspot.com/2010/03/castro-de-sao-martinho.html).
Da presença romana existem muitos vestígios como a Villa Romana (http://rio-maior-cidadania.blogspot.com/2009/12/villa-romana-de-rio-maior.html), a estátua de ninfa aí encontrada, o denominado Buraco da Moura (túnel de tijoleira para canalizar a água do rio Maior para uma fundição de metais) e vários fustes e mosaicos encontrados em campos de cultivo.
Uma actividade importante para os romanos nesta região era a recolha do sal (http://rio-maior-cidadania.blogspot.com/2010/06/salinas-de-rio-maior.html), embora a exploração das salinas já fosse realizada em tempos mais remotos. A estrada romana que ligava Lisboa a Braga passava perto o que facilitava o escoamento do sal. Desta estrada existem vários vestígios, como os existentes no Alto da Serra e a ponte em Assentiz (http://rio-maior-cidadania.blogspot.com/2009/12/ponte-romana-assentiz.html).
Depois vieram os Muçulmanos que para além de alguns vestígios arquitectónicos como a Torre Mourisca datada de 1111 em São João da Ribeira (http://rio-maior-cidadania.blogspot.com/2010/01/torre-mourisca-e-igreja-matriz.html), deixaram algumas alfaias e técnicas agrícolas como o fabrico de adobo que se usou até ao século XIX. Em Alcobertas resistiram até os nossos dias os silos usados para guardar cereais (http://rio-maior-cidadania.blogspot.com/2010/01/silos-medievais-em-alcobertas.html) e ainda no forno cerâmico (http://rio-maior-cidadania.blogspot.com/2010/02/forno-medieval-em-alcobertas.html). Dos Muçulmanos ficaram também muitas lendas, como a da fonte em Assentiz (http://rio-maior-cidadania.blogspot.com/2009/12/fonte-mourisca-assentiz.html), a do monte de S. Gens (http://rio-maior-cidadania.blogspot.com/2010/01/fontanario-em-sao-joao-da-ribeira.html) e a da quinta do Jogadouro (http://rio-maior-cidadania.blogspot.com/2010/10/moinho-dagua-jogadouro.html).
A extracção do sal foi continuada e mesmo ampliada pelos Muçulmanos.
Com a conquista de Santarém por D. Afonso Henriques, passaram a ser os Templários a querer disputar as salinas, conforme mostra o documento de 1177 de compra de parte do poço (1/5) a Pêro d’Aragão (este é o documento mais antigo referente a Rio Maior que se conhece e está guardado na Torre do Tombo).
Durante a período medieval o território de Rio Maior encontrava-se dividido entre o priorado da ordem de Avis e o domínio dos frades (http://rio-maior-cidadania.blogspot.com/2010/04/arco-da-memoria.html). As principais actividades económicas eram a agricultura (centeio, trigo, cevada, milho e painço), viticultura, extracção de sal e extracção mineira.
Existe registo de vários acontecimentos e personagens da realeza que foram passando por Rio Maior:
- D. Fernando I participou em montarias nesta região e aqui descansou após a assinatura do tratado de paz com Castela após a entrada destes em Lisboa (1373).
- O duque de Coimbra, D. Pedro instalou nesta zona as suas tropas para se preparar para a batalha de Alfarrobeira (1449).
- Em 1802 foi atribuido o título de Conde de Rio Maior a João Vicente de Saldanha (http://rio-maior-cidadania.blogspot.com/2010/05/os-condes-e-marqueses-de-rio-maior.html).
- Durante a terceira invasão napoleónica a Portugal, o general francês, Junot, é gravemente ferido na cabeça à passagem por Rio Maior (1810).
- D. Miguel também fica em Rio Maior, na chamada Casa Senhorial (http://rio-maior-cidadania.blogspot.com/2010/02/casa-senhorial-del-rei-d-miguel-casa-da.html) antes da batalha de Almoster que perdeu entre os liberais e miguelistas (1834)
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Evolução demográfica da região:
- Em 1527, nos primeiros censos do reino, Rio Maior possuía 89 vizinhos e Alcobertas 40.
- No início do século XVIII, Rio Maior possuía 260 vizinhos e São João da Ribeira 300.
- Em 1758, Rio Maior possuía 3.000 pessoas com mais de sete anos e São João da Ribeira 1.830.
- Já como concelho, a evolução demográfica é a representada pelo gráfico e seguinte tabela.
Data ....... 1849 . 1900 . 1930 . 1960 . 1981 . 1991 . 2001 . 2004
Habitantes 5405 11645 15150 19356 19894 20119 21110 21621
Resumo Histórico de Rio Maior até à inauguração do actual edifício dos Paços do Concelho:
1177 – Documento mais antigo do concelho «Doacom de salinas e Rio Mayor» ;
(----) – Rio Maior pertence ao Termo da Vila de Santarém;
1449 – D. Pedro, duque de Coimbra, a caminho de Alfarrobeira;
1619 – Fundação de Albergaria Régia;
1633 – O lugar de Rio Maior passa a pertencer ao Concelho da Vila de Azambujeira;
1759 – Fundação da Santa Casa da Misericórdia de Rio Maior;
1761 – Criação da Feira Anual (actual Feira da Cebola);
1763 – A albergaria é entregue aos frades franciscanos arrábidos;
1789 – Estrada Real de D. Maria I (Lisboa – Rio Maior – Alcobaça – Coimbra);
1803 – Criação do título de Conde de Rio Maior (João V.S.O. Juzarte Figueira e Sousa);
1810 – Junot ferido aquando da 3ª Invasão Francesa;
1834 – D. Miguel (rei absolutista) pernoita nas vésperas da batalha de Almoster;
1836 – Criação do Concelho de Rio Maior;
1837 – A Câmara Municipal é instalada no edifício da albergaria;
1837 – Abitureiras é desanexada de Rio Maior e passa para Santarém;
1855 – As freguesias de Alcobertas e Fráguas passam a pertencer a Rio Maior;
1869 – Fundação do Grémio de Instrução e Recreio Riomaiorense;
1870 – Reconstrução do Hospital da Misericórdia;
1877 – Criação da freguesia de Vila da Marmeleira;
1878 – Fundação da Escola Primária da Vila;
1880 – Inauguração do Teatro Riomaiorense;
1886 – Fundação da Escola Municipal Secundária;
1892 – Fundação da Associação dos Bombeiros Voluntários de Rio Maior;
1893 – Fundação de «O Riomaiorense», primeiro jornal de Rio Maior;
1916 – Registo da Mina de Lignite do Espadanal;
1920 – Constituição da Empresa Industrial Carbonífera e Electrotécnica Lda, Conc. das Minas do Espadanal;
1924 – Criação da Escola Comercial Municipal;
1928 – Electrificação da Vila de Rio Maior;
1935 – Inauguração do Matadouro Municipal;
1945 – Inauguração da linha férrea Rio Maior-Vale de Santarém (transporte de carvão);
1946 – Início da exploração de areeiros;
1955 – Início da laboração da Fábrica de Briquetes da Mina do Espadanal;
1957 – Fundação da empresa «Carnes Nobre»;
1962 – Criação da freguesia Arrouquelas;
1969 – Encerramento das Minas do Espadanal;
1972 – Fundação da União Desportiva de Rio Maior;
1978 – «Renascimento» do Coral e Orquestra Típica de Rio Maior;
1983 - Descoberta de vestígios de uma Villa Rustica Romana, denominada, Villa Romana de Rio Maior
1984 – Criação das freguesias de São Sebastião, São João da Ribeira e Malaqueijo.
1985 – Rio Maior é elevada a Cidade;
1992 – Inaugurado o novo edifício dos Paços do Concelho.
Alguns dados deste artigo foram retirados de outras páginas da internet com artigos muito interessantes, como por exemplo:
Site da Câmara Municipal
Site do Jornal Região de Rio Maior
Blog Memórias de Rio Maior
Site Wikipédia
Blog do Centro de Estudos Riomaiorenses
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