E
terminou ontem a Praxe aos Caloiros da Escola Superior de Desporto de Rio
Maior.
Agora só
no próximo ano é que se vai ver os novos alunos a se passearem pela cidade de
Rio Maior com os típicos penicos amarelos na cabeça e os aventais já bastante
sujos. Estes caloiros (novos estudantes) chamam-se Porcos pois é o animal
pelo qual infelizmente Rio Maior é conhecido devido às muitas suiniculturas que
cá existem.
Foi uma
longa praxe que durou mais de mês e meio e que serviu para acolher e integrar
os novos alunos da ESDRM que na sua grande maioria não são do Concelho de Rio
Maior. De notar que todos os dias se reuniam junto ao Estádio Municipal numa
pequena cerimonia realizada pontualmente às 8:40 da manhã.
Quero
referir que a adesão à praxe foi totalmente voluntária e que o principal objetivo
foi criar laços de amizade entre os colegas e dar a conhecer o curso a escola e
a cidade.
O final
da praxe ocorreu ontem numa cerimónia intitulada por Batismo. Todos se
concentraram junto ao Pavilhão Multiusos e depois deslocaram-se em cortejo até
ao Jardim Municipal onde a atividade principal se realizou no lago do jardim.
As
imagens para quem não está dentro do sistema da praxe podem transparecer uma
certa brutalidade gratuita, mas tal não foi o que aconteceu, foi sim um
processo de iniciação e de fecho de um ciclo de preparação, a praxe.
Uma breve
história da Praxe Académica em Portugal.
A praxe
apareceu na Universidade de Coimbra.
No
reinado de D.João V, século XVIII, a praxe foi proibida para evitar ofensas
entre estudantes.
No
entanto a praxe não acabou e já no século XIX houve mesmo um aumento da
violência com o aparecimento do canelão (os estudantes mais velhos davam
pontapés nas canelas dos mais novos) e o rapanço (os estudantes mais novos viam
os seus pelos rapados).
No
século XX, em 1902 o canelão foi abolido e com a implantação da República em
1910 a praxe é mesmo abolida.
Com o
Estado Novo, aparecem novamente as praxes nas Universidades.
Com a
revolução de 25 de Abril de 1974, a praxe é dissipada.
Mas aos poucos
a praxe vai ganhando força até chegarmos aos dias de hoje em que as praxes
violentas são muito criticadas e combatidas, mas as praxes de integração e
positivas são consideradas um bom instrumento de união dos estudantes.
A praxe
é para muitos novos estudantes a única forma que têm de no início do ano
conhecerem pessoas, familiarizarem-se com o curso e integrarem-se na
universidade e na cidade. A praxe cria amizades, integra, gera redes futuras de
companheirismo e gera solidariedades grupais.
No
entanto a praxe não deixa de ser um sistema profundamente hierárquico com
regras rígidas às quais os caloiros devem de obedecer sem levantar objeções.
Pode
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