O Morgado de São João da Ribeira
foi criado a 30 de Março de 1330 a favor de Estevão Martins Cerveira, um
fidalgo honrado.
Estevão Martins Cerveira jaz na
Igreja de São João da Ribeira e como não teve descendência o Morgado de São
João da Ribeira passou para o seu 1º irmão, Rui Vasques Cerveira.
Rui Vasques Cerveira casou com D.
Margarida Canes e teve uma filha, D. Maria Rodrigues Cerveira.
D. Maria Rodrigues Cerveira casou
com Alvaro Gonçalves de Mesquita e do matrimónio nasceu Fernão Cerqueira.
Fernão Cerqueira casou com D.
Clara Montarroio e do matrimónio nasceu Estevão Martins Cerveira.
Estevão Martins Cerveira casou
com D. Guiomar Montarroio de Sequeira e do matrimónio nasceu Mem Cerveira.
Mem Cerveira era fidalgo da casa
real e viveu no tempo dos reis D. Afonso V, D. João II e D. Manuel I.
Foi Alferes More de Santarém onde
também morava e teve os cargos de Juiz, Contador de resíduos, Provedor dos
órfãos, Provedor das capelas, Provedor das albergarias, Provedor das gafarias,
Contador das obras e terças dos concelhos na Comarca da Estremadura e Contador
das aposentorias na Vila de Santarém.
Mem Cerveira faleceu em 1520 e
cumprindo-se a vontade expressa no seu testamento, foi sepultado na Capela de
São Bartolomeu da Igreja de São Domingos, em Santarém.
O túmulo de Mem de Cerveira
encontra-se atualmente na Nave Norte do Museu Arqueológico do Carmo (Lisboa) dado
o desaparecimento da Igreja de São Domingos de Santarém. O túmulo assume uma
tipologia típica do estilo manuelino, caracterizando-se pela integração numa
estrutura parietal, limitada por um arco polilobado, com arquivoltas decoradas
com notável mestria.
Por Carta de Aforro de D. Afonso
V, no livro 6º, folha 100 e livro 26 folha 50 da chancelaria do dito rei, foi Mem
Cerveira reconfirmado senhor e administrador do morgado de São João da Ribeira.
Mas os reis concederam a Mem
Cerveira mais poderes sobre este morgado e terras anexas.
D. Afonso V concedeu o privilégio
de coutada em 16 de Julho de 1474 (apesar de ser também uma reconfirmação, pois
estes poderes já tinham sido concedidos a seu avô Fernão Cerveira em 10 de
Junho de 1447).
Os lavradores e todas as outras
pessoas de qualquer estado ou condição ficaram proibidos de fazer caneiros
desde o Moinho do Bom Nome até o Freixal. Caso não cumprissem esta ordem tinham
de pagar duzentos reais brancos.
Os lavradores ficaram também
obrigados a limparem o rio e repararem as suas testadas todos os anos. Caso não
cumprissem esta ordem tinham de pagar também duzentos reais brancos.
Estes privilégios foram
posteriormente reconfirmados, por carta de D. João II a 28 de Maio de 1487 e
por carta de D. Manuel I a 4 de Novembro de 1496.
Mem Cerveira teve um primeiro
casamento com D. Isabel de Montarroio e deste matrimónio nasceu D. Leonor de
Montarroio Cerveira.
D. Leonor de Montarroio Cerveira
casou com Francisco de Faria e do matrimónio nasceu Manuel de Faria Cerveira.
Na Igreja de São João da Ribeira
encontra-se a sepultura térrea de Francisco de Faria que faleceu a 9 de Junho
de 1528.
A administração do Morgado de São
João da Ribeira ficou assim na família dos Farias.
Por linhagem feminina o morgado
chegou a Francisco de Novaes Cazado. O seu pai foi Nuno de Novaes Pimental e
sua mãe D. Michaela de Almeida Cazada.
Francisco de Novaes Cazado era um
fidalgo cavaleiro da casa real que foi Comendador da Ordem de Cristo e contador
do mestrado da Ordem de Santiago de Cristo.
Francisco de Novaes Cazado era natural de Aldeia Galega do Ribatejo, casou com D. Antónia Maria de Faria Cerveira, natural de
Setúbal e de cujo matrimónio nasceu Tomás João de Novais Pimentel Faria e
Cerveira.
Tomás João de Novais Pimentel
Faria e Cerveira, natural de Setúbal, fidalgo cavaleiro da Casa Real, capitão
de cavalos, casou com D. Francisca Josefa Caetana do Amaral, natural da
freguesia de Nossa Senhora do Alecrim, Lisboa. Deste matrimónio nasceu Francisco de Novais Casado Pimentel Faria e Cerveira.
Francisco de Novais Casado
Pimentel Faria e Cerveira era natural de Setúbal, morador em Lisboa e fidalgo
cavaleiro da Casa Real que faleceu a 11 de Agosto de 1808.
Como curiosidade, estão bem
documentadas as diligência de habilitação para a Ordem de Cristo, em 1744, de
Francisco de Novais Casado Pimentel Faria e Cerveira.
O último registo que encontrei
sobre o Morgado de São João da Ribeira, corresponde a João Maria da Piedade
Coutinho de Seabra e Sousa Tavares, 21º Sr. dos Morgados de S. João da Ribeira.
Este Sr. era também o 2º Visconde da Baía (Brasil) e possuía vários outros títulos
e terras no Brasil
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