segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Igreja Matriz de Nossa Senhora da Encarnação em Arrouquelas

A Igreja Matriz de Nossa Senhora da Encarnação, é um dos pontos importantes a visitar em Arrouquelas.
Nossa Senhora da Encarnação é a denominação dada a Maria em alusão à encarnação de Jesus, seu filho.



Esta igreja está cheia de história e histórias. A data da sua construção inicialmente era apontada para finais do ano de 1869, embora não estivesse documentada. Numa recente intervenção de restauro, encontrou-se uma placa em pedra na fachada nascente da igreja com a data de 1718 o que leva a crer que a data de construção seja bastante mais antiga do que se supunha.
Existem ainda algumas indicações que esta igreja foi construida sobre uma antiga mesquita, portanto, anterior à criação de Portugal.




Como agradecimento a terem regressado a salvo da 1º Grande Guerra Mundial, os militares arrouquelenses ofereceram a imagem de Nossa Senhora da Encarnação. Pode-se observar no exterior da igreja uns azulejos com a gravura de Nossa Senhora com os dizeres ‘Oferecido pelo auctor em cumprimento de um voto que fez para que os filhos de Arrouquellas que tomaram parte na Grande Guerra ao lado dos alliados regressassem todos sem a nenhum lhe acontecer qualquer mal o que assim sucedeu. Anno de 1918 Abilio Reis’.

 

Existe no recinto um bem conservado relógio de sol datado de 1869 (sendo esta a data que tinha sido inicialmente atribuída à igreja). O relógio foi reaproveitado recentemente e colocado no adro da igreja formando o centro de uma rosa dos ventos com os pontos cardeais formados por umas pedras gravadas e canteiros de flores.



No largo também se destaca um imponente sobreiro centenário que dá uma boa sombra nos dias escaldantes de Verão.





A porta principal tem na zona superior 5 anjos esculpidos em pedra e mesmo por baixo da janela existe a escultura de um sexto anjo.



O interior da igreja é formado por uma nave única com um altar principal e dois pequenos laterais. as paredes laterais possuem azulejos seiscentistas, sendo as côres dominantes o azul e o amarelo. As paredes são decoradas com um silhar de azulejos padrão policromado do século XVII até meia parede. O frontal do altar é revestido por azulejos mudejáres de aresta do século XVI.





O mais curioso no altar principal é a forma bastante rústica como este é construido e que a sua parte traseira tem o aspecto da imagem seguinte.

 
No lado direito existe um púlpito todo em pedra e embora a base esteja apoiada por um pilar torneado a estabilidade do conjunto parece precária para este poder ser usado normalmente.



Também do lado direito encontra-se a pia Batismal.



No tecto em madeira existe um medalhão pintado com uma representação que mostra a aparição de Nossa Senhora num ambiente rural.

O altar-mor é abobadado e tanto o tecto como as paredes são pintadas. 
A imagem que se encontra em destaque, embora seja de reduzidas dimensões á a de Nossa Senhora da Encarnação. 
Esta imagem normalmente encontra-se com o seu manto de tecido.


A imagem sem o manto é assim.




As janelas viradas para o pátio da igreja possuem bonitos vitrais.



Um elemento que também distingue esta igreja é o reservatório em pedra que servia para armazenar a água benta e que se pode ver na sacristia.

 
Adjacente ao adro encontra-se uma fonte datada de 1680. Esta fonte possui um pequeno nicho de onde antigamente brotava a água e foi restaurada em 2007.


Nos dias festivos toda a igreja se ilumina.





Lendas associadas à Igreja:

Lenda 1
Segundo a lenda, foi neste lugar que apareceu a Nossa Senhora de Arrouquelas. Esta seria mais uma aparição Mariana em que nesta zona do país existem muitos relatos (Como a de Asseiceira e de Fátima).

Lenda 2
Conforme a lenda, do alpendre da igreja, avista-se o local onde se encontra enterrado um tesouro mouro. O tesouro consiste num jogo em ouro (do tipo jogo de malha). Segundo a tradição a atual igreja foi construída sobre os destroços de uma antiga mesquita. Seria normal que os mouros que se quisessem refugiar dos invasores cristãos, se refugiassem na mesquita e quisessem ter os bens ocultos (enterrados), debaixo de olho.

Lenda 3
A lenda relata vários assaltos em que a igreja foi o alvo e que teriam sido cometidos por pessoas de São João da Ribeira. Nos assaltos a imagem era roubada, mas como por milagre, a imagem regressava sempre no dia seguinte ao seu local na igreja.

Por último é necessário referir que numa devisória existente no lado direito da igreja existe uma balança cravada na parede.



Para saber mais sobre a balança da igreja, consulte:

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