O Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros foi criado
em Maio de 1979. Esta área protegida de 38.400 hectares que marca a fronteira
entre o Ribatejo e o Oeste, tem por objetivo a proteção da natureza e a defesa do
património arquitetónico existente nas serras de Aire e Candeeiros. O parque
inclui ainda o Planalto de Santo António (a Sul e Centro) e o Planalto de São
Mamede (a Norte).
A Serra de Aire abrange os concelhos de Ourém, Porto de Mós,
Alcanena e Torres Novas, com uma elevação de 679 metros de altitude. Nesta
serra nascem os rios Almonda e Lena.
A Serra dos Candeeiros abrange os concelhos de Rio Maior,
Alcobaça e Porto de Mós com uma elevação de 610 metros de altitude. Nesta serra
nascem os rios Alcoa, Rio Maior, Lena, Penegral e a ribeira das Alcobertas.
As principais datas de interesse para o enquadramento legal
do parque são:
- 04-05-1979 - Criação do parque por Decreto-Lei nº118/79
- 12-01-1988 - Plano de Ordenamento e do Regulamento do
PNSAC pela Portaria nº21/88
- 20-06-1990 - Regulamento de Construções
- 05-07-2000 – Criação do Sítio “Serra de Aire e Candeeiros”
por resolução nº76/00
Centros de apoio
A sede do PNSAC (Parque Natural das Serras de Aire e
Candeeiros) fica em Rio Maior, na rua Dr. Augusto César Silva Ferreira. O
edifício sede, resulta de uma remodelação e ampliação de uma antiga escola
primária, cujo arquiteto foi Vítor Vicente para a empresa Secal, Lda. Esta obra
ocorreu em 2003. Anteriormente a sede ficava também em Rio Maior, mas junto
ao Jardim Municipal.
Existem ainda os seguintes centros:
- Centro de Interpretação Subterrâneo da Gruta do Almonda –
Cabeço das Pias, Torres Novas
- Centro de Interpretação Subterrâneo da Gruta Algar do Pena
– Alcanede, Santarém
- Centro Ciência Viva do Alviela (Carsoscópio) – Louriceira,
Alcanena
- Monumento Natural das Pegadas de Dinossauros – Ourém,
Torres Novas
- Ecoteca de Porto de Mós – Porto de Mós
Geografia
O parque fica no Maciço Calcário Estremenho (ocupa
mais de 2/3 do maiciço) abrangendo as serras de Aire e Candeeiros e ainda os
planaltos de Santo António e de São Mamede. Encontra-se delimitado pelas
depressões de Alvados e de Mendiga e ainda pela polje de Mira-Minde.
Clima
O parque encontra-se na zona de transição entre influências
mediterrâneas e atlânticas.
O valor mensal da insolação pode ser três vezes maior no s
meses de Verão em relação aos meses de Inverno.
A precipitação anual varia entre os 900mm e os 1300mm.
Sendo a Serra dos Candeeiros uma das primeiras elevações
junto à orla marítima, torna toda a zona normalmente muito ventosa.
Geologia
Estando o parque situado no Maciço Calcário Estremenho, a
rocha está sempre presente na paisagem. O maciço teve origem nos movimentos
tectónicos da crosta terrestre que emergiu à superfície com a colisão das
placas continentais e oceânicas.
Sendo a rocha predominante a calcária existem registadas no
parque mais de 1.500 grutas.
À superfície surgiram os algares (cavidade natural de
desenvolvimento vertical) as lapiás (formação típica de relevos cársicos que
aparece pela dissolução superficial das rochas calcárias), as dolinas
(depressão no solo com um formato circular provocada pelo abatimento do
terreno), as uvalas (resulta da junção de várias dolinas)e os poljes (depressão
no carso com dimensões consideráveis e vertentes com declive acentuado com o
fundo geralmente plano).
Grande parte da geologia do parque teve origem no Jurássico
Médio, mas existem materiais sedimentais mais recentes e ainda a presença de
terra rossa (solo avermelhado muito fértil que resulta da decomposição de
rochas basálticas).
A água não abunda à superfície pois a rocha calcária deixa a
água da chuva infiltrar-se rapidamente formando ribeiras subterrâneas e um
enorme reservatório de água. Existe
assim no parque o maior reservatório de água doce de Portugal com cerca de
65.000 hectares que abrange uma área entre Rio Maior e Porto de Mós.
Por incrível que possa parecer, existe também água salgada
dando origem à unica salina de água não marinha ainda a funcionar em Portugal,
localizada em Fonte da Bica, Rio Maior.
Fauna
Devido à existência de grutas e outras cavidades rochosas,
não se estranhe a existência de várias espécies de morcegos, como:
Morcego-de-peluche; Morcego-lanudo e Morcego-de-ferradura-mediterrânico. As fezes
e outros detritos dos morcegos criaram as condições para a existência de outros
seres vivos cavernículos como: crustáceos, aracnídeos escaravelhos e vermes. A
aranha cavernícola Nesticus-lusitanicus só existe mesmo neste parque.
Além dos morcegos, existem vários mamíferos no parque, como:
geneta, raposa, javali, texugo, sacarrabos, gato bravo, coelho bravo e ainda o
corço em algumas áreas.
Relativamente às aves, existem no parque:
gralha-de-bico-vermelho (muito rara pois necessita de cavidades rochosas para
nidificar e da pastorícia para se alimentar), bufo-real, águias, corvo, gavião,
peneireiro, coruja do mato, mocho galego, ...
Nos répteis existem a cobra fura-mato, a víbora-cornuda e
ainda as cobras-de-água.
O parque é rico quanto aos anfíbios existindo cerca de 13
espécies das que destaco: salamandra-de-fogo, dalamandra-de-costelas-salientes,
tritão-marmoreado e o sapo-de-unhas-negras.
Flora
O parque alberga mais de 600 espécies vegetais o que
representa 1/5 do total de todas as espécies existentes em Portugal, havendo
mesmo algumas endémicas.
A maior parte do parque está coberto por matagais, muitos
deles considerados na Rede Natura 2000, mas pode-se encontrar: o carvalho, a
azinheira, o alecrim, o narciso, a pimenteira e mais de 25 espécies de
orquídeas.
Presença Humana
A presença humana na zona do PNSAC está comprovada desde o
paleolítico.
A estrada romana de Alqueidão da Serra é testemunho de
antigos caminhos.
Atualmente as empresas de extração de pedra e argila, a
indústria têxtil, a indústria de curtumes a criação de gado e a agricultura
ainda mobilizam e fixam muita gente na zona do PNSAC.
Existem exemplos um pouco por todo o parque de como o Homem
conseguiu se adaptar a esta terra por tantas vezes difícil. Casais Monizes e
Chãos são exemplos aonde se consegue ainda hoje ver casas de pedra, os muros de
pedra, as cisternas para aproveitar a escassa água durante o Verão, o
aproveitamento das águas da chuva que escorriam pelos telhados, as eiras, as
covas do bagaço, os moinhos de vento, as azenhas e tantas outras construções
engenhosas.
Alguns Pontos de interesse
1 - Marinhas de Sal
2 - Lagoas do Arrimal
3 - Depressão de Alvados
4 - Polje de Mira-Minde
5 - Monumento Natural das Pegadas de Dinossauros da Serra de
Aire.
6 - Centro de Interpretação Subterrâneo da Gruta Algar do Pena
(CISGAP)
7 - Olhos de Água do Alviela
8 - Centro de Ciência Viva – Carsoscópio
9 - Grutas de Santo António
10 - Gruta de Alvados
11 - Grutas do Almonda
12 - Gruta de Alcobertas
Passeios e desporto
Sobre os percursos pedestres no PNSAC consultar:
Existem 16 percursos pedestres devidamente identificados
dentro do parque:
Concelho de Alcanena (ACN)
PR1 – Olhos de Água do Alviela
Concelho de Alcobaça (ACB)
PR1 – Vale de Ventos
Concelho de Ourém (VNO)
PR1 – Bairro/Casal Farto
Concelho de Porto de Mós (PMS)
PR1 – Serra da Lua
PR2 – Arco da Memória
PR3 – Lapa dos Pocigões
PR4 – S. Bento
PR5 – Castelejo
PR6 – Fórnea
PR7 – Corredoura
PR8 – Serra Galega
PR9 – Estrada Romana
Concelho de Rio Maior (RMR)
PR1 – Marinhas do Sal
PR2 – Chãos - Alcobertas
Concelho de Santarém (STR)
PR1 – Gruta - Algar do Pena
Concelho de Torres Novas (TNV)
PR1 – Gruta do Almonda
Sobre o desporto da natureza, consultar a carta:
Escalada/Rapel em: Chãos, Penas da Andorinha, Poço da
Chainça, Lapas de Alcaria, Poio, Cabeço de Santa Marta, Alviela, Pedrogão e
Alvados.
Espeleísmo em: Gruta de Alcobertas, Algar do Pena, Algar da
Bajanca e Gruta do Almonda
Parapente em: Marinhas de Sal, Arrimal, Portela de Vale de
Espinho, Vale Grande, Alvados e Minde
Canoagem em: Alviela e Polje de Mira/Minde
Onde Ficar
Contacto Ecoteca de Porto de Mós (tel 244491904 /
244403555):
- Casa Abrigo - Alto da Serra: Casa Grande (8 camas) e Casa Pequena (4 camas)
- Casa Abrigo - Vale de Ventos: Casa Grande (8 camas) e Casa Pequena (6 camas)
- Centro Acolhimento – Valverde: Casa (14 camas)
- Parque Campismo – Parque de Campismo Rural do Arrimal (50 pessoas)
- Parque Campismo – Parque de Campismo de Pedreiras (12 caravanas e 30 tendas)
- Casa Abrigo - Alto da Serra: Casa Grande (8 camas) e Casa Pequena (4 camas)
- Casa Abrigo - Vale de Ventos: Casa Grande (8 camas) e Casa Pequena (6 camas)
- Centro Acolhimento – Valverde: Casa (14 camas)
- Parque Campismo – Parque de Campismo Rural do Arrimal (50 pessoas)
- Parque Campismo – Parque de Campismo de Pedreiras (12 caravanas e 30 tendas)
Contacto Centro de Chãos (tel 243405292):
- Alojamento – Centro de Tecelagem Artesanal
- Alojamento – Centro de Tecelagem Artesanal
Desafios
O PNSAC encontra-se sob pressão pois nem tudo corre bem.
As inúmeras pedreiras que existem nas serras fragmentaram a
paisagem e habitats, a instalação de aerogeradores veio alterar a paisagem e
provocar ruído constante, o atravessamento da autoestrada A1 separou o parque em dois,
o abandono da pastorícia provoca o crescimento descontrolado de matos
tornando a zona mais propicia a incêndios e a deterioração de alguns aquíferos
devido à poluição.
A acrescentar a estas preocupações existe agora a proposta
de extinção da ADSAICA (Associação para o Desenvolvimento das Serras de Aire e
Candeeiros) que entre várias atividades, gere o Monumento Natural das Pegadas
de Dinossauros.
Ligações
Local aonde poderá saber mais sobre o PNSAC
Livro comemorativo dos 25 anos do PNSAC
Vídeo da Quercus “Pedra mole em água dura – PNSAC”
Blog não Oficial
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