domingo, 12 de outubro de 2014

PNSAC - Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros


O Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros foi criado em Maio de 1979. Esta área protegida de 38.400 hectares que marca a fronteira entre o Ribatejo e o Oeste, tem por objetivo a proteção da natureza e a defesa do património arquitetónico existente nas serras de Aire e Candeeiros. O parque inclui ainda o Planalto de Santo António (a Sul e Centro) e o Planalto de São Mamede (a Norte).
A Serra de Aire abrange os concelhos de Ourém, Porto de Mós, Alcanena e Torres Novas, com uma elevação de 679 metros de altitude. Nesta serra nascem os rios Almonda e Lena.
A Serra dos Candeeiros abrange os concelhos de Rio Maior, Alcobaça e Porto de Mós com uma elevação de 610 metros de altitude. Nesta serra nascem os rios Alcoa, Rio Maior, Lena, Penegral e a ribeira das Alcobertas.

As principais datas de interesse para o enquadramento legal do parque são:
- 04-05-1979 - Criação do parque por Decreto-Lei nº118/79
- 12-01-1988 - Plano de Ordenamento e do Regulamento do PNSAC pela Portaria nº21/88
- 20-06-1990 - Regulamento de Construções
- 05-07-2000 – Criação do Sítio “Serra de Aire e Candeeiros” por resolução nº76/00


Centros de apoio 
A sede do PNSAC (Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros) fica em Rio Maior, na rua Dr. Augusto César Silva Ferreira. O edifício sede, resulta de uma remodelação e ampliação de uma antiga escola primária, cujo arquiteto foi Vítor Vicente para a empresa Secal, Lda. Esta obra ocorreu em 2003. Anteriormente a sede ficava também em Rio Maior, mas junto ao Jardim Municipal.

Existem ainda os seguintes centros:
- Centro de Interpretação Subterrâneo da Gruta do Almonda – Cabeço das Pias, Torres Novas
- Centro de Interpretação Subterrâneo da Gruta Algar do Pena – Alcanede, Santarém
- Centro Ciência Viva do Alviela (Carsoscópio) – Louriceira, Alcanena
- Monumento Natural das Pegadas de Dinossauros – Ourém, Torres Novas
- Ecoteca de Porto de Mós – Porto de Mós


Geografia 
O parque fica no Maciço Calcário Estremenho (ocupa mais de 2/3 do maiciço) abrangendo as serras de Aire e Candeeiros e ainda os planaltos de Santo António e de São Mamede. Encontra-se delimitado pelas depressões de Alvados e de Mendiga e ainda pela polje de Mira-Minde.


Clima 
O parque encontra-se na zona de transição entre influências mediterrâneas e atlânticas.
O valor mensal da insolação pode ser três vezes maior no s meses de Verão em relação aos meses de Inverno.
A precipitação anual varia entre os 900mm e os 1300mm.
Sendo a Serra dos Candeeiros uma das primeiras elevações junto à orla marítima, torna toda a zona normalmente muito ventosa.


Geologia 
Estando o parque situado no Maciço Calcário Estremenho, a rocha está sempre presente na paisagem. O maciço teve origem nos movimentos tectónicos da crosta terrestre que emergiu à superfície com a colisão das placas continentais e oceânicas.
Sendo a rocha predominante a calcária existem registadas no parque mais de 1.500 grutas.
À superfície surgiram os algares (cavidade natural de desenvolvimento vertical) as lapiás (formação típica de relevos cársicos que aparece pela dissolução superficial das rochas calcárias), as dolinas (depressão no solo com um formato circular provocada pelo abatimento do terreno), as uvalas (resulta da junção de várias dolinas)e os poljes (depressão no carso com dimensões consideráveis e vertentes com declive acentuado com o fundo geralmente plano).
Grande parte da geologia do parque teve origem no Jurássico Médio, mas existem materiais sedimentais mais recentes e ainda a presença de terra rossa (solo avermelhado muito fértil que resulta da decomposição de rochas basálticas).
A água não abunda à superfície pois a rocha calcária deixa a água da chuva infiltrar-se rapidamente formando ribeiras subterrâneas e um enorme reservatório de água.  Existe assim no parque o maior reservatório de água doce de Portugal com cerca de 65.000 hectares que abrange uma área entre Rio Maior e Porto de Mós.
Por incrível que possa parecer, existe também água salgada dando origem à unica salina de água não marinha ainda a funcionar em Portugal, localizada em Fonte da Bica, Rio Maior.


Fauna 
Devido à existência de grutas e outras cavidades rochosas, não se estranhe a existência de várias espécies de morcegos, como: Morcego-de-peluche; Morcego-lanudo e Morcego-de-ferradura-mediterrânico. As fezes e outros detritos dos morcegos criaram as condições para a existência de outros seres vivos cavernículos como: crustáceos, aracnídeos escaravelhos e vermes. A aranha cavernícola Nesticus-lusitanicus só existe mesmo neste parque.
Além dos morcegos, existem vários mamíferos no parque, como: geneta, raposa, javali, texugo, sacarrabos, gato bravo, coelho bravo e ainda o corço em algumas áreas.


Relativamente às aves, existem no parque: gralha-de-bico-vermelho (muito rara pois necessita de cavidades rochosas para nidificar e da pastorícia para se alimentar), bufo-real, águias, corvo, gavião, peneireiro, coruja do mato, mocho galego, ...
Nos répteis existem a cobra fura-mato, a víbora-cornuda e ainda as cobras-de-água.
O parque é rico quanto aos anfíbios existindo cerca de 13 espécies das que destaco: salamandra-de-fogo, dalamandra-de-costelas-salientes, tritão-marmoreado e o sapo-de-unhas-negras.


Flora 
O parque alberga mais de 600 espécies vegetais o que representa 1/5 do total de todas as espécies existentes em Portugal, havendo mesmo algumas endémicas.
A maior parte do parque está coberto por matagais, muitos deles considerados na Rede Natura 2000, mas pode-se encontrar: o carvalho, a azinheira, o alecrim, o narciso, a pimenteira e mais de 25 espécies de orquídeas.


Presença Humana 
A presença humana na zona do PNSAC está comprovada desde o paleolítico.
A estrada romana de Alqueidão da Serra é testemunho de antigos caminhos.
Atualmente as empresas de extração de pedra e argila, a indústria têxtil, a indústria de curtumes a criação de gado e a agricultura ainda mobilizam e fixam muita gente na zona do PNSAC.
Existem exemplos um pouco por todo o parque de como o Homem conseguiu se adaptar a esta terra por tantas vezes difícil. Casais Monizes e Chãos são exemplos aonde se consegue ainda hoje ver casas de pedra, os muros de pedra, as cisternas para aproveitar a escassa água durante o Verão, o aproveitamento das águas da chuva que escorriam pelos telhados, as eiras, as covas do bagaço, os moinhos de vento, as azenhas e tantas outras construções engenhosas.


Alguns Pontos de interesse

1 - Marinhas de Sal
2 - Lagoas do Arrimal
3 - Depressão de Alvados
4 - Polje de Mira-Minde
5 - Monumento Natural das Pegadas de Dinossauros da Serra de Aire.
6 - Centro de Interpretação Subterrâneo da Gruta Algar do Pena (CISGAP)
7 - Olhos de Água do Alviela
8 - Centro de Ciência Viva – Carsoscópio
9 - Grutas de Santo António
10 - Gruta de Alvados
11 - Grutas do Almonda
12 - Gruta de Alcobertas


Passeios e desporto 
Sobre os percursos pedestres no PNSAC consultar: 
Existem 16 percursos pedestres devidamente identificados dentro do parque:
Concelho de Alcanena (ACN)
PR1 – Olhos de Água do Alviela
Concelho de Alcobaça (ACB)
PR1 – Vale de Ventos
Concelho de Ourém (VNO)
PR1 – Bairro/Casal Farto
Concelho de Porto de Mós (PMS)
PR1 – Serra da Lua
PR2 – Arco da Memória
PR3 – Lapa dos Pocigões
PR4 – S. Bento
PR5 – Castelejo
PR6 – Fórnea
PR7 – Corredoura
PR8 – Serra Galega
PR9 – Estrada Romana
Concelho de Rio Maior (RMR)
PR1 – Marinhas do Sal
PR2 – Chãos - Alcobertas
Concelho de Santarém (STR)
PR1 – Gruta - Algar do Pena
Concelho de Torres Novas (TNV)
PR1 – Gruta do Almonda



Sobre o desporto da natureza, consultar a carta: 
Escalada/Rapel em: Chãos, Penas da Andorinha, Poço da Chainça, Lapas de Alcaria, Poio, Cabeço de Santa Marta, Alviela, Pedrogão e Alvados.
Espeleísmo em: Gruta de Alcobertas, Algar do Pena, Algar da Bajanca e Gruta do Almonda
Parapente em: Marinhas de Sal, Arrimal, Portela de Vale de Espinho, Vale Grande, Alvados e Minde
Canoagem em: Alviela e Polje de Mira/Minde 



Onde Ficar 
Contacto Ecoteca de Porto de Mós (tel 244491904 / 244403555):
- Casa Abrigo - Alto da Serra: Casa Grande (8 camas) e Casa Pequena (4 camas)
- Casa Abrigo - Vale de Ventos: Casa Grande (8 camas) e Casa Pequena (6 camas)
- Centro Acolhimento – Valverde: Casa (14 camas)
- Parque Campismo – Parque de Campismo Rural do Arrimal (50 pessoas)
- Parque Campismo – Parque de Campismo de Pedreiras (12 caravanas e 30 tendas)
Contacto Centro de Chãos (tel 243405292):
- Alojamento – Centro de Tecelagem Artesanal



Desafios 
O PNSAC encontra-se sob pressão pois nem tudo corre bem.
As inúmeras pedreiras que existem nas serras fragmentaram a paisagem e habitats, a instalação de aerogeradores veio alterar a paisagem e provocar ruído constante, o atravessamento da autoestrada A1 separou o parque em dois, o abandono da pastorícia provoca o crescimento descontrolado de matos tornando a zona mais propicia a incêndios e a deterioração de alguns aquíferos devido à poluição.
A acrescentar a estas preocupações existe agora a proposta de extinção da ADSAICA (Associação para o Desenvolvimento das Serras de Aire e Candeeiros) que entre várias atividades, gere o Monumento Natural das Pegadas de Dinossauros.



Ligações 
Local aonde poderá saber mais sobre o PNSAC 
Livro comemorativo dos 25 anos do PNSAC 
Vídeo da Quercus “Pedra mole em água dura – PNSAC” 
Blog não Oficial 

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