‘Roteiro Terrestre de Portugal’
de 1814, cujo autor foi o padre João Baptista de Castro.
Segundo o próprio autor, nesta
publicação ‘Em que se expõem, e ensinão
por jornadas, e summarios não só as viagens, e as distancias, que ha de Lisboa
para as principais terras das Provincias deste Reino, mas as derrotas por
travessias de humas a outras povoações dele.’
Interessante é nesta publicação a
sugestão de se mandar colocar nas entradas e saídas das povoações, bem como a
espaços regulares uns cruzeiros de pedra em que nos lados das bases estivessem
gravadas as distâncias em léguas entre lugares. Também se refere que com esta
ação se imitaria os Romanos que marcavam as suas estradas imperiais e são
citadas as cidades de Évora e Mafra que já dispunham de marcação semelhante.
No que se refere ao sistema de
medida, o autor adverte que no reino de Portugal não havia uma medida certa
para identificar distâncias, pelo que as léguas eram normalmente medidas por
estimativa. No entanto, segundo o engenheiro mór do reino e referido na
publicação, deve-se calcular a légua por uma hora de caminho a passo cheio,
dando a cada légua 3.000 passos geométricos, a cada passo 5 pés geométricos,
que equivalem a 6 e 1/3 palmos craveiros portugueses. Assim, cada légua
portuguesa equivale a 28.178 palmos ou 2.818 braças de 10 palmos (embora não
entenda este cálculo, é o que o autor refere). Assim sendo a légua seria de
6200 metros (considerando que 1palmo=22cm).
Normalmente a légua é tida como: 1
légua = 3000 braças = 30.000 palmos = 6.600 metros.
É interessante ainda a observação
de que um correio a pé, caminha de verão 14 léguas e de inverno 13 léguas por
dia. Indo a cavalo, anda 37 léguas de verão e 30 léguas de inverno, por dia.
A caracterização da Estremadura
também é de ter em conta.
“Chama-se esta Provincia de Estremadura, não porque diga respeito ao
Douro, ou suas ribeiras, mas pela demarcação antiga, que os Reis fizeram das
terras conquistadas deste Reino, regulando-as segundo a maior, ou menor
distancia que tinhão com o rio Douro; e como esta Região, e suas terras são as
ultimas, e as mais estremas do Douro, se ficou por isso chamando assim. Confina
pela parte Norte com a Beira, donde se separa pelo rio Zezere, e pelo Sul com a
do Alem-Tejo. Comprehende-se dentro dos limites 40 leguas de comprido, e 20 de
largo. He a parte do Reino, que fica mais sobranceira para a costa do mar
Oceano, que a provê de muito, e saboroso peixe. Em tudo mais he fértil, rica,
habitada, cultivada, e capaz das marchas de exércitos; e ainda que tenha
algumas terras ásperas, são pouco fragosas. Contém duas Cidades, e cento e onze
Villas, das quaes oito são cabeças de Comarca.”
Das distâncias envolvendo Rio maior:
Viagem da Estremadura – Das Caldas para Santarém
A’Fanadia
2
Mata da Albergaria
1
Rio Maior
1
Escusa 1
Malhaqnejo
1
Pero Filho 1
Santarém
1
Total 7 léguas
Roteiro de Lisboa para a Villa de Torres Novas
A Loires 1
Trocival 4
Ramalhal
1
Martim Joannes 2
Quinta de D. Durão 1
Venda da Pia 1
Rio Maior
1
Alcanede
3
Torres Novas 4
Total 19 léguas