Junto à capela de Nossa Senhora da Vitória ergue-se o edifício da antiga Escola Comercial.
Nos terrenos em que está edificada a Escola Comercial existiu um pequeno castelo que segundo a sabedoria popular foi construído pelos mouros.
O que restava deste castelo foi completamente demolido e em 1878 construída uma escola de instrução primária de dois pisos para crianças de ambos os sexos. A escola foi fundada pelo benemérito João José da Costa, que vivia na Quinta das Bastidas (uma terra próxima de Rio Maior) e que a ofereceu à Câmara Municipal.
A escola passou por muitas transformações e dificuldades e em 1924 foi criada pela Câmara Municipal a Escola Comercial Municipal de Rio Maior.
O primeiro ano lectivo funcionou em regime nocturno e dos quatro professores que aqui leccionavam, um deles era o Dr. Augusto César da Silva Ferreira que foi o principal impulsionador do ensino comercial em Rio Maior.
Desde o ano lectivo de 1924/25 até ao ano 1968/69 foi o município que tutelou a escola, mas no ano seguinte esta escola passou a Secção da Escola Comercial e Industrial das Caldas da Rainha, hoje conhecida como Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro.
Em 1975 a Escola Secundária de Rio Maior passou a ser autónoma, não nas instalações da antiga Escola Comercial, mas numas instalações provisórias que passariam a definitivas entre 1984 e 1986 com as instalações actuais situadas no Largo da Pá Ribeira. Em 1997 esta escola passa a ter como patrono o Dr. Augusto César da Silva Ferreira como reconhecimento pelo seu contributo para o ensino em Rio Maior.
Este foi o caminho da escola, mas e a biblioteca?
Em 1950, Loureano Santos que era advogado e professor na Escola Comercial, conseguiu reunir verbas para adaptar o edifício da escola de modo a acolher uma biblioteca. Junta alguns milhares de livros e revistas que eram de sua pertence mas que doa à biblioteca. É inaugurada assim a biblioteca que embora no início tivesse fraca afluência devido ao pouco nível de instrução da maioria das pessoas, rapidamente começa a ter uma importância de relevo, chegando em 1956 a ter 800 leitores. Em 1965 existiam cerca de 1084 leitores e cerca de 2100 volumes catalogados, mas aí o professor Laureano mudou-se para Lisboa e a biblioteca entra em declínio.
Em 1970 o edifício é desocupado, com a passagem do ensino secundário para as instalações provisórias, a biblioteca encerrada e todo o seu espólio fica guardado em caixas nas instalações do Grémio do Comércio.
Em 1980 é formada a Associação Cultural do Concelho de Rio Maior com o principal objectivo de recuperar a biblioteca pública.
Em 13 de Julho de 1981 volta ser inaugurada a Biblioteca Pública, agora com o nome de Biblioteca Municipal Dr. Alexandre Laureano Santos e ocupando agora todo o espaço do edifício da antiga Escola Comercial.
Esta biblioteca voltou a ganhar vida, mas com o passar do tempo o espaço torna-se pequeno e a biblioteca já não consegue responder aos desafios que as novas tecnologias impõem.
Em 06 de Novembro de 2001 é inaugurada a nova Biblioteca Pública e o edifício da antiga Escola Comercial volta a ficar desocupado.
Seria bom que a este edifício fosse dado uma função digna e que os habitantes de Rio Maior não permitam que as suas paredes sirvam para que alguém que não entende o que é arte suje as suas paredes com pretensos grafítis.
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