A Casa Senhorial do Morgado de Assentiz tem interesse principalmente do ponto de vista histórico pois foi a partir desta casa que a povoação se desenvolveu.
A quinta de Assentiz foi em tempos um morgadio instituído por António Nunes de Gaula no século XVII. Mais tarde a quinta pertenceu a Francisco de Paula Cardoso Almeida Vasconcelos do Amaral e Gaula que viveu entre 1769 e 1847. Francisco de Paula Cardoso era conhecido como o Morgado de Assentiz e foi autor de muitas peças de teatro, sendo um grande amigo do poeta Bocage. A quinta no início do século XIX foi vendida a Guerra Quaresma, Ministro Real para a oferecer à sua filha D. Leocádia da Guerra Quaresma. D. Leocádia no seu segundo casamento casa-se com André José Ferreira Borges de Proença Vieira (N1861-F1927 e considerado na altura como o primeiro engenheiro) que recebe em 23 de Maio de 1908 o título de Visconde de Assentiz, dado por decreto do Rei de Portugal D. Manuel II. Até ser de novo vendida, a quinta pertenceu a Carlos Maria João da Guerra Quaresma Marin (N1884-F1971 e conhecido como grande equitador), segundo Visconde de Assentiz.
A quinta passou assim a dispor de dois brasões. O brasão da quinta e o brasão da família (Brasão de armas dos Viscondes de assentiz).
O título de Visconde de Assentiz durou apenas dois anos, pois em 5 de Outubro de 1910 foi proclamada a República em Portugal.
Durante as invasões francesas (em 1807 com o general Junot e em 1810 com o general Massena) a quinta funcionou como local de abrigo aos habitantes da povoação.
A região teve um crescimento mais evidente a partir das invasões francesas de 1810. Foi mesmo devido à quinta que a região teve a primeira debulhadora (ainda a vapor), o primeiro tractor e o primeiro automóvel.
Na quinta haviam terras de pasto, vinhas, olivais e searas de trigo, cevada e milho.
A fotografia seguinte é de André de Proença Vieira, Primeiro Visconde de Assentiz.
Deparei-me com o nome deste Sr. numa das minhas investigações sobre a Linha do Vouga. A informação sobre a sua vida é escassa, na net, o que é pena pois pelo currículo que é publicado na revista Ilustração portuguesa nº 150, certamente mereceria uma maior relevância.
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