quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Estudo DECO - Qualidade do Ar nas Escolas


A Deco (Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor), alerta hoje para a má qualidade do ar existente em algumas escolas nacionais.
Desta vez foram analisadas 23 escolas já com histórico de problemas e a escola Fernando Casimiro da Silva em Rio Maior foi uma das visadas e uma de entre 4 que foram apontadas com casos graves exigindo intervenções imediatas.

Neste estudo foram analisados os fatores que contribuem para uma má qualidade do ar e que são: Presença de amianto; existência de partículas finas; concentração elevada de dióxido de carbono; presença de compostos orgânicos voláteis; presença de bactérias e fungos; deficiente renovação do ar. A Escola Fernando Casimiro da Silva teve a avaliação final de REPROVADO com problemas na questão do amianto, COVs (Compostos orgânicos voláteis), bactérias e funcos. 

Presença de amianto:
     Foram detetadas placas com amianto deterioradas e com risco de libertarem fibras perigosas. No entanto o Ministério da Educação divulgou no ano passado uma lista de 52 escolas com presença de amianto e nenhuma escola de Rio Maior estava identificada.
O fibrocimento inclui amianto na sua composição, numa proporção que varia entre 10 a 20%. Como o amianto está fortemente aglutinado no cimento, só há libertação de fibras por o fibrocimento se encontrar degradado. O perigo do amianto consiste na inalação de fibras e normalmente as placas de fibrocimento (desde que não seja durante a sua manipulação) apresentam um risco reduzido pois o valor considerado de risco (conforme diretiva europeia de 27 de Março de 2003 – 2003/18/CE) é quando para uma presença diário de 8 horas se verifique um valor superior de 0,1 fibra/cm3.
A presença por longo período de tempo e com concentrações elevadas de amianto, pode provocar que as fibras se alojem nos pulmões e causem doenças cronicas pulmonares (asbestose), cancro do pulmão ou gastrointestinal e doenças pleurais, bem como algumas infeções cutâneas. 

Concentrações de COVs (Compostos orgânicos voláteis): 
     COVs são compostos orgânicos que vaporizam facilmente e são considerados poluentes perigosos. Considera-se como COVs uma grande variedade de moléculas de base carbono, tais como aldeídos, cetonas e outros hidrocarbonetos leves. Nas escolas, a principal fonte destes poluentes são de compostos libertados pelas tintas usadas nas paredes, vernizes das madeiras, solventes e também nos produtos usados para a limpeza dos espaços.
A inalação destes compostos por um período longo de tempo e em concentrações elevadas, pode produzir efeitos adversos na saúde, como: irritação nos olhos, nariz e garganta, náuseas e redução da força física. 

Presença de bactérias e fungos:
     Os fungos e bactérias são uteis na natureza pois permitem a reciclagem de nutrientes orgânicos sendo os principais decompositores. Mas nas escolas a sua presença já não é desejada pois nos seres humanos funcionam como parasitas degradando tecidos do nosso organismo e produzem toxinas que causam infeções.
A principal causa da presença de elevados índices de bactérias e fungos é a falta de higiene das instalações, presença de humidades, uso de materiais porosos, o não uso de tintas antibacterianas, má ventilação.
As infeções provocadas por fungos são as chamadas micoses que costumam ter uma evolução crónica. Os fungos podem colonizar a pele, genitais, trato gastrointestinal e o trato respiratório. A Candidíase é uma infeção causada pelo fungo Candida albicans.
As doenças mais graves causadas por bactérias são a Tuberculose provocada pelo Mycobacterium tuberculosis e a Gonorreia provocada pela Meisseria gonorrhoease


Penso que não devemos entrar em histerias ou em sobre reação face a estes problemas detetados, mas devemos trabalhar de forma assertiva para a resolução dos mesmos e verificar se nos restantes espaços públicos estes problemas também existem e como podem ser resolvidos ou minimizados os seus impactos.

25-09-2014
A direção da escola  Fernando Casimiro da Silva já esclareceu que o relatório da DECO resulta de uma visita ocorrida a 29 de Abril de 2013 e que as placas de fibrocimento contendo amianto já foram removidas no passado mês de Agosto. A escola afirma também tudo estar a fazer para ter as melhores condições de segurança, higiene e saúde.

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