A I Grande Guerra
foi bastante dura para os Portugueses. Foi uma guerra muito centrada na Europa,
que começou em 28 de julho de 1914 e durou até 11 de novembro de 1918.
A medalha aqui
mostrada foi gentilmente cedida por Jorge Soares.
É uma medalha do
grande escultor português João da Silva que na altura, 1919, se encontrava a
trabalhar em Paris. É uma muito rara medalha de prata de 30mm, com 8,5 gramas
(com o aro de suspensão).
Esta medalha foi
atribuida aos militares da Vila da Marmeleira que combateram na I Grande
Guerra.
Na frente da medalha
pode-se ver uma imagem panorámica da Vila da Marmeleira com a igreja em
destaque e com os dizeres “A Grande Guerra 1914-1918”. Também se pode observar
a assinatura do escultor “J. Silva” e a data “Paris 1919”.
No verso pode-se
ler “A Marmeleira Reconhecida Aos Seus Filhos Combatentes”.
Atualmente a igreja
da Vila da Marmeira dedicada a São Francisco de Assis tem um formato diferente
do da medalha, mas esta foi alvo de obras profundas que terminaram em 1945.
Após a I Grande
Guerra a Vila da Marmeleira realizou uma homenagem aos seus heróis e deve de
ter sido nessa iniciativa que as medalhas foram distribuídas.
Sobre o
envolvimento de Portugal na I Grande Guerra:
Apesar de Portugal no
início ser neutral, os primeiros soldados a serem enviados para a guerra foram
para proteger as fronteiras das ex-colónias africanas contra os avanços
alemães, em 1914. De notar que a revolução republicana era recente (5 de
Outubro de 1910) e que havia um certo interesse na classe política da altura em
participar na guerra.
O primeiro passo
para o envolvimento formal de Portugal na I Guerra Mundial foi a publicação de
uma lei, no início de Fevereiro de 1916, em que a Republica Portuguesa poderia
requisitar qualquer bem indispensável à defesa nacional. O segundo passo foi a
23 de Fevereiro de 1916 em que Portugal tomou posse de 38 navios alemães que se
encontravam ancorados em Lisboa (ao todo foram 72 navios que se encontravam
ancorados em todo o território nacional incluindo Angola e Moçambique). A
passagem de muitas das embarcações apreendidas por Portugal para as mãos
inglesas levou à entrega a 9 de Março de 1916 da declaração de guerra alemã.
Em 1917, as
primeiras tropas do Corpo Expedicionário Português partiam para a Europa,
principalmente para a zona da Flandres.
De notar que o
Corpo Expedicionário Português esteve menos tempo na guerra que os seus aliados
ingleses, franceses e russos, mas passou muito mais tempo na linha da frente da
guerra que estes, causando um elevado número de baixas e
forçando cada soldado a um grande desgaste físico e psicológico.
Depois do inferno
das trincheiras, para muitos dos que sobreviveram veio a dificuldade dos campos
de prisioneiros. Na catástrofe da ofensiva alemã de 9 de abril de 1918 (Batalha
do Lys), mais de 6.500 militares portugueses ficaram prisioneiros. Estes
prisioneiros passaram por más condições no cativeiro e depois do Armistício
sofreram do abandono a que o Estado Português os deixou.
Portugal, no
esforço da guerra, mobilizou quase 200 mil homens e morreram quase 10 mil
homens ficando milhares feridos. A guerra teve custos económicos e sociais
graves, muito superiores à capacidade nacional da altura.
Essa medalha, muito rara, foi editada por Mestre Joao da Silva. Sua mae, era da Marmeleira, Ana do Nascimento Clemente e seu pai do Bombarral, Gerardo Barbas da Silva
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