Esta bonita fonte, bem enquadrada na vegetação, pode ser admirada em Azinheira.
Este Blogue pretende ser um Fórum aberto a todos de modo a criar um espaço comunitário para mostrar o que a nossa terra tem de melhor, mostrar o que está menos bem e ser um ponto de discussão sobre assuntos relacionados com o Concelho de Rio Maior. O único interesse deste espaço é dar uma nova voz positiva a Rio Maior e aos Riomaiorenses não havendo nenhuma motivação ideológica, política ou bairrista.
domingo, 20 de novembro de 2016
domingo, 6 de novembro de 2016
XVI Gala de Acordeão Eugénia Lima
Realizou-se ontem, 5 de Novembro de 2016, a XVI Gala de Acordeão Eugénia Lima.
Este espectáculo de
homenagem à acordeonista Eugénia Lima insere-se nas comemorações do Feriado Municipal
e do 10.º aniversário do Cineteatro de Rio Maior. Esta Gala teve a participação
dos acordeonistas Tino Costa; José Cláudio; Catarina Brilha; Tiago Pirralho, Luísa
Martins e Michel.
Como tem vindo a ser
habitual esta Gala contou com a participação de outras formas artísticas. Este
ano estiveram presentes a Escola de arte riomaiorense “A Tocata” e o Grupo de
Sapateado e Flamenco de Alenquer.
Todas as actuações
foram excelentes o que enobrece a Gala e é uma excelente maneira de recordar
Eugénia Lima.
Eugénia Lima, dispensa
qualquer apresentação, mas de seguida uma breve biografia sua.
Eugénia de Jesus Lima
nasceu a 29 de Março de 1926 em Castelo Branco, filha de Mário António de Lima
e de Maria do Rosário Martins de Lima.
Sendo o seu pai afinador
de acordeões, Eugénia começou com 1 ou 2 anos a brincar com este instrumento e
aos 4 anos, a tocar. Aos 4 anos actuou pela primeira vez em palco no Cinema-Teatro
Vaz Preto, em Castelo Branco. Começou assim um período de actuações em toda a
Beira Baixa, que lhe valeram a alcunha de "Miúda de Castelo Branco".
Aos 6 anos ouviu tocar
em Castelo Branco, os acordeonistas, José Ferreiro Pai e Filho. Estes deram-lhe
a conhecer o acordeão cromático, e conseguiram convencer o seu pai a
comprar-lhe o seu primeiro acordeão.
Aos 8 anos
apresentou-se como atração da Revista "Peixe-espada", em 1935 no
Teatro Variedades, e a partir daí, atuou em várias casas de espectáculos de
Lisboa.
No dia 21 de Novembro
de 1935, estreou-se na rádio, na então Emissora Nacional.
Aos 13 anos, o pai
tentou inscrevê-la no Conservatório de Lisboa, mas os responsáveis disseram-lhe
que o acordeão não era instrumento para a instituição e a sua candidatura foi
rejeitada. Aos 15 anos actuou no Casino do Estoril, com uma autorização
especial da Presidência da República (pois os artistas menores não podiam
actuar sem autorização) e teve um grande sucesso. Eugénia Lima continuou as
suas actuações por todo o país.
Foi a Paris a sua
primeira viagem ao estrangeiro, em 1947. Eugénia continuou a actuar em vários
países, como Estados Unidos, Canadá, Venezuela, Brasil, Argentina, Uruguai,
Brasil, Angola, África do Sul, Moçambique, Rodésia, França, Bélgica, Alemanha,
Itália, Áustria, ...
Foi para o Algarve
através dos Ferreiros com quem criou laços de amizade. Viveu e leccionou
acordeão em Bordeira. A grande quantidade de corridinhos que compôs, entre
eles, «Coração Algarvio», demonstra o amor que tinha pelo Algarve.
No início da década de
70 passou a viver em Rio Maior.
Aos 52 anos foi para
Paris frequentar o Curso Superior de Acordeão na categoria de Professora.
Conclui o curso três anos mais tarde, pelo Conservatório de Acordeão de Paris.
A União Nacional dos Acordeonistas de França atribui-lhe o seu Diploma
Honorífico, em Setembro de 1984, pela primeira vez dado a um estrangeiro.
Após a morte do seu
marido interrompeu a actividade, mas depressa voltou aos palcos, e como sempre,
foi bem recebida pelo público que nunca a esqueceu.
A 25 de Abril de 2011
a Câmara Municipal de Rio Maior atribui o nome ‘Jardim Eugénia Lima’ a um Jardim
que fica perto da casa da acordeonista.
Em 2011, com 85 anos e
81 anos de carreira, é uma das maiores acordeonistas de sempre, e regressou ao
Algarve para uma homenagem que teve lotação esgotada e que reuniu fãs de vários
pontos da região. Eugénia Lima revelou que sofria da doença de Parkinson.
Um amigo da acordeonista
ofereceu-lhe um espaço que é um autêntico museu sobre a história da maior e
mais antiga acordeonista portuguesa. O espaço cedido por António do Coito
situa-se junto ao restaurante Fortaleza, no Alto da Serra, em Rio Maior, e
abriu ao público a 29 de Junho 2013.
Eugénia Lima, a
«Rainha do acordeão», faleceu em Abril de 2014, em Rio Maior, aos 88 anos de
idade.
O acordeão que Eugénia
considerava como o mais importante, afinado pelo pai da artista, foi oferecido
ao Santuário de Fátima, a 25 de Março, dias antes da sua morte
Eugénia foi uma autodidacta
aprendendo a tocar acordeão sozinha, mas teve professores de teoria musical, músicos
da Banda Militar de Castelo Branco.
Eugénia Lima compôs
mais de 200 melodias e imensos arranjos de outras músicas, tendo gravado mais
de 50 discos. Eugénia também escreveu melodias para vários artistas
consagrados. As composições da sua autoria que mais se destacam são «Minha
Vida, Meu Sonho», «Noitinhas», que compôs com 14 anos, «A minha lágrima»,
«Quando a saudade é presença», «Fadinho de Silvares» e o «Picadinho da Beira»,
da década de 40, dedicado à sua terra natal, a Beira Baixa.
Ao longo do seu percurso,
conquistou muitas distinções. Em 1947 venceu o Concurso de Acordeonistas,
promovido pela então Emissora Nacional. Foi fundadora da Orquestra Típica
Albicastrense em 16 de Julho de 1956. Em 1962 arrecadou o "Óscar da
Imprensa", como melhor solista de música ligeira e possui incontáveis
medalhas e diplomas, recebidos em Portugal e no estrangeiro. Foi cooperadora da
Sociedade Portuguesa de Autores desde Maio de 1977. Em Maio de 1980 foi
condecorada com o grau de Dama da Ordem Militar de Santiago de Espada, pelo Sr.
Presidente da República, General Ramalho Eanes. A 10 de Setembro de 1986 foi
agraciada com a medalha de Mérito Cultural, no Dia Mundial da Música, pelo
Ministro da Cultura. Em Outubro de 1995 foi galardoada com o grau de Grande
Oficial da Ordem do Infante D. Henrique, atribuído pelo Sr. Presidente da
República Dr. Mário Soares.
Algumas ligações:
Homenagem a Eugénia
Lima
SIC - D. Eugénia Lima
Homenagem a Eugénia
Lima - Parte 1
Homenagem a Eugénia
Lima - Parte 2
Homenagem a Eugénia
Lima - Parte 3
Vira da Minha Terra
EUGÉNIA LIMA (Lisboa
Menina e Moça)
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