Um dos fatores diferenciadores dos festejos é que neste evento se convida todos os presentes para a Contradança.
Há cerca de cem anos, chegou a Malaqueijo a tradição da Contradança, trazida pelos combatentes da primeira guerra mundial que estiveram na Flandres. Desde essa altura é habitual ouvir-se os cavalheiros perguntarem “A menina contradança?” por ocasião das festas de São Brás, no Largo da Contradança (frente ao Mercado Diário).
O termo Contradança nada é relativo a uma anti-dança, mas
sim a um tipo de dança que originalmente era dançada em salões principescos ao
som de minuetes em que os pares de damas e cavalheiros avançam, recuam,
intercalam-se ou rodopiam entre si. Em termos mais técnicos é uma dança de
ritmo rápido e compasso binário composto de várias seções de oito compassos que
se repetem.
A contradança teve origem na dança tradicional inglesa
‘Country Dancing’, que foi traduzida e adotada pelos franceses de forma absurda
como ‘Contredance’. Os portugueses adaptaram esta expressão francesa a
Contradança.
Existem registos de em Portugal, por altura das invasões
francesas (início do século XIX) os portugueses terem assimilado esta dança
muito em voga entre franceses e ingleses.
A contradança surge assim nas festas
populares como uma sequência de várias danças com diversas melodias e ritmos em
que os participantes obdencem à voz de um mandador. Como a
contradança teve origem na ‘Contredance’ francesa, é usual as ordens do
mandador usarem termos afrancesados.
Quem vier a Malaqueijo vai poder
ouvir o mandador que também é bailarino gritar ordens que vão definindo a
coreografia como ‘Grand promenade!’,
‘Au contraire!’ e ‘Changez dames!’. O ritmo vai
aumentando conforme os participantes vão aquecendo, mas fazem-se intervalos
frequentes para se recuperar o fôlego e molhar a garganta. Os três acordeões
que normalmente comparecem, animam e levam à boa disposição nesta festa que
junta pessoas de todas as idades.
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