Gil Fernandes de Carvalho nasceu em Azambujeira e foi um valoroso cavaleiro que chegou a mestre da Ordem de Santiago.
O que lhe deu glória foi se ter tornado herói na Batalha do Salado ao comandar a cavalaria Cristã contra os Muçulmanos.
Gil Fernandes é filho de Fernão Gomes e de D. Maria Gonçalves de Moreira. Teve a companhia de vários irmãos e pertenceu à importante família portuguesa dos Carvalhos.
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Como não poderia deixar de ser, existe uma lenda a envolver este guerreiro.
Conta-se que por volta de 1330, Gil Fernandes de Carvalho, fidalgo da corte portuguesa, possuía um solar na povoação de Carvalho, na actual Penacova (Coimbra).
Sobre um dos criados do fidalgo recaiam várias queixas, mas os juízes do concelho que eram os responsáveis por promover a justiça, nada faziam. Foi então nomeado um magistrado de Coimbra que mandou prender o criado ao pelourinho para este ser açoitado como forma de castigo.
Quando Gil de Carvalho tomou conhecimento do feito, decidiu retaliar contra o juiz e fez-lhe uma espera no seu regresso a Coimbra, cortando-lhe as orelhas e o nariz.
Por temer represálias por parte do rei D. Afonso IV, fugiu para Castela.
Em 1340 participou na Batalha do Salado e devido ao seu notável desempenho, o rei perdoou-lhe a sua atitude perante o juiz e autorizou o seu livre regresso a Portugal.
A Batalha do Salado deu-se a 30 de Outubro de 1340 em Cádis (Sul de Espanha), junto à ribeira do Salado.
Nesta altura os Muçulmanos já tinham sido expulsos de toda a Península Ibérica.
O rei de Fez e de Marrocos, Abul-Hassan, aliado com o emir de Granada, Yusef-Abul-Hagiag, decidiu retomar a posse das terras agora de domínio cristão e para isso fez avançar um enorme exército vindo do Norte de África. Os Muçulmanos desembarcaram quase sem resistência em Castela, pois a frota do almirante castelhano, prior de S. João do Hospital, foi completamente arrasada por uma tempestade.
Assim o rei de Castela, Afonso XI, viu-se obrigado a pedir ajuda ao reino de Portugal e ao reino de Aragão. O rei de Portugal, D. Afonso IV, não gostava muito do rei Afonso XI, seu genro, pois haviam histórias de encontros amorosos do rei castelhano com outras mulheres. Apesar de tudo o rei português decide juntar-se nesta última cruzada na Península Ibérica (proclamada pelo papa Bento XII), pois sua filha D. Maria fez-lhe o pedido de ajuda (depois confirmado pessoalmente pelo rei castelhano) e também porque se os mouros conseguissem vencer o exército de castela, seria muito difícil o reino português sozinho conseguir travar o avanço muçulmano.
Assim D. Afonso IV de Portugal enviou logo uma frota comandada por Manuel Pessanha e D. Pedro IV de Aragão enviou também 12 galés.
Mas D. Afonso XI estava desesperado e face ao formidável exército muçulmano precisava de mais ajuda. Depois de novo pedido, o rei português D. Afonso IV, reúne em Elvas o maior número de cavaleiros e peões e parte em auxilio do seu genro que o recebeu com todas as honras em Sevilha.
Ficou decidido que Afonso XI de Castela combateria o rei de Marrocos e que Afonso IV de Portugal combateria o rei de Granada.
A luta foi muito violenta e só a bravura dos cristãos conseguiu vencer o maior número dos muçulmanos, estando os dois reis cristãos sempre ao comando e nas zonas de maior perigo da batalha.
O campo ficou juncado de corpos mouros e os reis muçulmanos ao retirarem, deixaram ficar despojos valiosíssimo de valor incalculável em bagagens e armas.
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