Em Azambujeira, mais concretamente em Calharis, existe uma bica de água datada de 2001 com um painel de azulejos alusivos a Nossa Senhora das Angústias.
Mais um local para refrescar nos dias quentes e que serve para mostrar as devoções de um povo.
Mais um local para refrescar nos dias quentes e que serve para mostrar as devoções de um povo.
A pouca distância desta fonte, no início da subida do caminho da Moucha (perto da autoestrada), existiu aí a Igreja das Angústias. Até data recente, ainda era possível ver as ruínas. Um seu antigo proprietário, destruiu-a e retirou-lhe os azulejos. Diz-se que esse proprietário era laico convicto.
Encontrei este poema na internet (http://padornelo.blogs.sapo.pt/23104.html) dedicado à Nossa Senhora das Angústias e por o achar muito bonito o publico aqui.
Encontrei este poema na internet (http://padornelo.blogs.sapo.pt/23104.html) dedicado à Nossa Senhora das Angústias e por o achar muito bonito o publico aqui.
Estando a Virgem Maria
Na sua cela assentada,
Sobre as suas amarguras
A triste nova chegava,
De que era morto seu Filho,
Rico penhor da sua alma.
.
Pelas ruas corre a Virgem,
E a quem via perguntava,
Se morto era seu filho,
Rico penhor da sua alma.
.
Diziam uns, que amarrado
A uma coluna estava:
Outros, que, pela cidade,
Sob uma cruz caminhava.
.
Indo a Virgem mais avante,
Uma mulher encontrava:
Vai-se logo a perguntar-lhe
Pelo que ela não achava.
.
A mulher era judia,
E assim mesmo a consolava.
- Por aqui passou um homem
Com uma cruz, que arrastava;
A cada passo que dava,
Toda a terra se abalava:
O lenho como era verde,
Até o chão atormentava;
Como fosse grande peso,
Cada instante ajoelhava:
O baraço na garganta
Era o que mais o magoava.
Ele me pediu um lenço,
Para limpar suas chagas,
Eu lhe dei a minha touca
Com que a cabeça toucava.
.
Tudo isto ouvia a Virgem
E cada vez mais chorava:
Indo a volver os seus olhos
No chão caiu desmaiada.
.
São João, seu bom sobrinho,
Pela mão a levantava.
- Levante-se, minha tia,
Que o que ouviu não será nada. –
.
Indo lá mais adiante
Com o Senhor se encontrava.
- Porque chora, minha Mãe,
Oh, minha Mãe da minha alma?! –
.
- Não choro as almas perdidas,
Que por ti serão ganhadas;
Choro por ver tuas carnes
Tão doridas e rasgadas:
Choro por ver do teu sangue
As ruas ensanguentadas. –
.
- Ai! minha Mãe, minha Mãe,
Que esta gente vai ser salva!
Suba além, àquele outeiro,
Onde a cruz está cravada;
Quando o meu sangue correr,
Toda a culpa será pagada.
.
Fez o Senhor, testamento,
Nele a todos se deixava.
Deixou a S. Pedro, a chave,
Para que o Céu governara;
A S. Miguel, a balança,
Para que as almas pesara;
A S. João, o deserto,
Para que logo o habitara;
O coração deixa à Virgem,
Coração que tanto amara.
De todos já despedido,
Subindo à cruz expirara.
.
Vendo a Mãe, seu filho morto,
Com tamanha angústia de alma,
De Angústias lhe deu o nome,
Por ele fica adorado.
Fonte: LEAL, Augusto de Pinho – Portugal Antigo e Moderno: Dicionário, Lisboa, Livraria Editora Tavares Cardoso & Irmão, 1875, volume VI, pp. 166-167
Já em 2012, a fonte e zona adjacente, sofreu obras. A fonte foi coberta por um telheiro, foram instalados bancos e alguns divertimentos para os mais novos. A zona envolvente também foi arranjada.
Já em 2012, a fonte e zona adjacente, sofreu obras. A fonte foi coberta por um telheiro, foram instalados bancos e alguns divertimentos para os mais novos. A zona envolvente também foi arranjada.
O painel de azulejos foi substituído em Janeiro de 2013 por este outro:
Ver artigo em:
Ao pesquisar sobre as minhas origens, encontrei o seu site, e tenho a dizer-lhe que foi o que me agradou mais... Tenho que lhe dar os parabéns por esta sua pesquisa sobre o conselho.
ResponderEliminarSobre a Villa de Azambujeira, tenho a dizer-lhe que não encontrei aqui nada sobre a fonte de Azambujeira, que á uns anos recebeu uns melhoramentos que a mim, pessoalmente, me agradaram. Numa proxima oportunidade, aproveite para conhecer.
Lígia Silva
Obrigado pelos seus comentários e sugestão.
EliminarFui conhecer a Fonte Antiga e já pode ser consultado o seu artigo em:
http://rio-maior-cidadania.blogspot.com/2012/01/fonte-antiga-na-azambujeira.html