sexta-feira, 24 de maio de 2019

Golden Eagle Residence & Golf Resort

As tabuletas continuam lá a indicar o caminho para o Campo de Golf Golden Eagle. 
O problema é que este campo deixou de existir quando fechou portas em 2013. 

Neste momento a Quinta do Brinçal onde se localizava o campo de golfe está à venda por 19.422.000 euros em algumas imobiliárias, como a Caixa Imobiliário ou a Imobiliária Elite. 

Enquanto a Quinta do Brinçal tenta encontrar uma saida para a sua situação, as receitas que possui ainda vão sendo da venda de árvores e das licenças de caça. A Zona de Caça estava sob gestão da “Associação de Caça – Esperas e Montarias”, com o número de processo 6846 na Freguesia de Arrouquelas para a época venatória 2017/2018. 

O empreendimento Golden Eagle Residence & Golf Resort pretendia criar na Quinta do Brinçal, localizada entre Arrouquelas e Asseiceira, um complexo turístico e imobiliário de grandes dimensões que não se chegou a concretixar. O campo de golf era a parte visivel do empreendimento. 

Para perceber como esta quinta chegou a este estado, vou apresentar um pouco da sua história. 
O Campo de Golf foi inaugurado em 1994 pelo então proprietário Ricardo Cardoso, mentor do projecto. O campo foi desenhado pelo arquitecto norte-americano Rocky Roquemore, uma das personalidades mais marcantes da arquitectura de campos de golf a nível mundial e o campo de golf chegou a ser considerado um dos mais fascinantes e competitivos campos portugueses, com 6,623 metros, 9 lagos e 87 bunkers.

Com o campo de golf nasce o Golden Eagle Residence & Golf Resort que pretendia desenvolver-se numa parte da Quinta do Brinçal, correspondendo a uma área com cerca de 90 hectares. 
O Grupo Amorim chegou a associar-se ao projecto mas abandonou-o, ficando apenas com os créditos que o banco do grupo tinha concedido. Mais tarde os créditos passaram para o Banco Popular e posteriormente para o Banco Santander. 
A propriedade veio a ser adquirida anos mais tarde pela Carmin (CAMIN) Global Real Estate que ali queria criar uma verdadeira cidade, com cerca de 1600 habitações, colégio internacional, infantário, dois campos de golfe, dois hotéis, residências assistidas para seniores e centro de estágios de futebol.
Este novo projecto já abrangia uma área total com cerca de 533 hectares. 
Foram feitos os arruamentos, o terreno foi dividido em lotes, as infraestruturas com água, eletricidade e saneamento foram feitas e começaram-se a vender propriedades. 
A proposta urbanística do empreendimento foi aprovado pela Câmara Municipal de Rio Maior em 2004 
 

Em 21 de Dezembro de 2006 foi criado o Fundo Especial de Investimento Imobiliário Fechado Golden Eagle, gerido por FUNDIMO, Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliário. 
A Carmin (CAMIN) pretendia investir cerca de 900 milhões de euros na região, num plano a 12 anos, mas no auge da crise económica e do imobiliário que atingiu o país depois de 2007, a Carmin (CAMIN) entrou em insolvência e faliu. Apesar da falência o campo de golf continuava aberto a quem aqui queria praticar esta modalidade. 
A crise também foi provocada por uma indecisão do governo Português quanto à localização do aeroporto alternativo ou complementar ao de lisboa. Em 2005 o governo Português tomou a decisão de construir o novo aeroporto de Lisboa na Ota (perto de Rio Maior). Em 2007 contudo a situação alterou-se radicalmente. Após um estudo financiado pela Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) e de muita discussão, o governo conclui que Alcochete era efetivamente uma localização preferível à da Ota, o que levou à mudança radical na sua decisão anterior. 
Carmin (CAMIN) é uma sociedade, contribuinte nº502486350, que tinha como atividade a promoção imobiliária e foi constituída em dezembro de 1990. Em 28 de Dezembro de 2007, foi criada uma nova sociedade, a Camin Global SGPS SA que durou pouco tempo pois em Novembro de 2012 entrou em Dissolução e Liquidação. A declaração de insolvência da CAMIN foi sentenciada a 03 de Junho de 2013. A Carmin (CAMIN) possuía o empreendimento “Cerca de Santa Mónica” em Évora, o empreendimento “Casas de Azeitão” em Setúbal e o empreendimento “Golden Eagle” em Rio Maior. 
Em Junho de 2013, a Câmara Municipal de Rio Maior lançou o Plano Estratégico de Desenvolvimento de Rio Maior (Visão e Estratégia para 2025 e Plano de Ação para 2030) e a “Golden Eagle Residence & Golf Resort” era considerada uma “Infraestrutura com capacidade de projecção nacional e internacional”. 
Em 6 de Novembro de 2013 a Câmara Municipal de Rio Maior foi oficialmente informada que o campo iria fechar portas. 

Mal o campo de golfe fechou, começaram os roubos e vandalismo. A GNR foi por diversas vezes chamada a intervir. 
Em 2016 tentaram vender a Quinta do Brinçal em leilão, mas tal não se concretizou. 

Já este ano, 18 de Janeiro de 2019, houve novo leilão, mas também sem sucesso. 

Entretanto a quinta encontra-se no estado que pode ser visto nas seguintes fotografias e que foram recolhidas do sitio na Internet “Lugares avandonados”. 




Estas imagens contrastam com as que tirei em 2009 e cujo artigo pode ser lido em: 



Em Março deste ano, veio-se a conhecer o relatório da auditoria da Ernst&Young (EY) ao banco Caixa geral de Depósitos. Neste relatório aparecem descritos vários negócios ruinosos realizados pelo banco público e lá é identificado como grande devedor o Fundo Imobiliário Golden Eagle. A 31 de Dezembro de 2015 o fundo tinha uma posição devedora de 31 milhões de euros, sendo que 27 milhões de euros estavam registados como imparidades pelo banco.

Uma pena que este projeto não se tenha concretizado. Deveria-se encontrar uma solução digna para esta bela propriedade.

sexta-feira, 10 de maio de 2019

Homenagem aos Estudantes


Na renovada Praça do Comércio, a Câmara Municipal de Rio Maior decidiu homenagear os estudantes com uma estátua em Bronze representando um braço de estudante segurando a capa com as fitas assinadas a esvoaçar.



Este é um monumento bem conseguido embora anatomicamente nota-se uma dificuldade do artista em colocar o braço naquela posição. 
Esta é uma homenagem justa, ainda mais que com as obras da Praça do Comércio a Fonte dos Estudantes desapareceu. 
Esta obra foi feita pela empresa Bernardino – Fundição d’Arte, Lda sediada em Vila Nova de Gaia. 
O agradecimento de Rio Maior aos estudantes, pode ser lido na pasta :“Homenagem do Município de Rio Maior a todos os estudantes que, com a sua alegria e juventude, dão vida à nossa cidade e levam consigo, com orgulho, o nome Rio Maior, terra onde se formaram! Rio Maior 2019”. 
No lado principal da pasta aparecem os símbolos da Câmara Municipal de Rio Maior e da Escola Superior de Desporto.




As fitas estão assinadas, em bronze, com versos dos próprios estudantes: 
- “De malas e bagagem mudei-me, como tantos outros, para esta cidade que quase momentaneamente se tornou casa. Deu-me tudo, sem pedir nada em troca. Por ruas e ruelas, cantos e recantos, abraçou-me como se ali pertencesse. Envolveu-me em momentos e histórias que de tão efémeros se tornaram eternos. Finalista, mas pouco por Sara Alves” 
- “Mas chorei, por alguém; Por alguém, que não fez por merecer; Eu por ti sou capaz; De ir ao fundo e até de morrer. Bagatuna” 
- “A pequena cidade; Que vives a saudade; De querer voltar; E de capa negra traçar; Recordando as noites de luar; A saudade que cá fica serve para relembrar; Todos os dias vividos em rio maior. Sal & Tuna, 2015” 
- “São estes os melhores anos; Melhores momentos da vida; Ser da ESDRM é um orgulho; (...); Capa negra no coração, sacrifício pela Tradição. Comissão de Praxe ESDRM; DVRA PRAXIS SED PRAXIS” 
- “E o destino está traçado; Ao chegares a Rio Maior; Tens de estar preparado; Para chegares a doutor. Bagatuna, 2010.” 
- “Assim nasceu a Bagatuna; Uma história de encanto; A cidade saiu à rua; Só para vos ver passar. Bagatuna, 2003” 
- “Cantaremos noite e dia; Como divas ao luar; Alegrando corações; Para assim não chorar; Cavaquinhos e violas; Bandolins e pandeiretas; É a Sal & Tuna; Com as suas capas negras. Sal & Tuna 2006” 

A imagem seguinte é de ontem, dia  09-05-2019, na serenata do Traçar da Capa aos novos estudantes. 



Pode saber mais sobre a antiga fonte dos estudantes em: 
http://rio-maior-cidadania.blogspot.com/2010/05/chafariz-na-praca-do-comercio-em-rio.html 

terça-feira, 7 de maio de 2019

O Lugar das Bocas e as suas galerias subterraneas


Que o rio Maior tem tido menos caudal nos últimos anos é um facto. 
De recordar que ainda no século passado Rio Maior tinha muitas azenhas movidas pela força das águas do rio, chegou a ter uma unidade industrial, a Moagem Maria Celeste, cujo acionamento era hidráulico e chegou mesmo a ter uma central hidroelétrica. Segundo alguns relatos, o rio Maior era mesmo navegável a partir de São João da Ribeira até ao rio Tejo. 
Vendo o caudal que sai pelas nascentes das Bocas nota-se que as principais nascentes do rio secam muito rapidamente quando o período de chuvas acaba.
Uma das razões para esta mudança, pode estar na água ter encontrado outras saídas preferenciais pelo maciço calcário da Serra dos Candeeiros saindo assim menos água na zona das Bocas. 
A nascente nas Bocas está bem descrita num artigo de Christian Thomas em 1991. “Grande ressurgimento na parte Sul do planalto dos Candeeiros. Esta nascente está bloqueada pelos blocos de pedra caídos, sobre os quais se construiu a estrada que liga Rio Maior a Caldas da Rainha.”
Em 1988, João Neves descobriu uma pequena entrada que após um percurso estreito dá acesso a um sifão que ele explorou até cerca de 100 metros. É por esta zona que passa a água que vai alimentar o rio Maior. 
A planta e o corte da passagem encontrada e explorada estão no topo deste artigo.

Sobre esta entrada também pode saber mais em: 


Mais recentemente, no Verão de 2016, membros da Associação AESDA e XploraSub confirmaram os mapas acima descritos e completaram-nos ainda mais.
Nesta nova exploração descobriram mais de 150 metros de novas galerias subterrâneas. Esta expedição permitiu ainda detetar um novo algar que dá acesso à zona freática da gruta e que se encontra à cota absoluta dos 100 metros.




Pode saber mais sobre esta exploração em: 

Neste artigo fica assim mostrado que por baixo do maciço calcário da Serra dos Candeeiros existem reservatórios de água e uma grande ramificação de rios subterrâneos que como qualquer curso de água vai criando novos caminhos com o passar dos anos.
Claro que os furos de captação de água da empresa Águas do Oeste também desviam uma parte da água para uso público. 

Pode saber sobre um estudo de 1867 para aproveitar esta água no abastecimento de Lisboa, em: 
http://rio-maior-cidadania.blogspot.pt/2013/02/estudo-de-1867-para-abastecer-agua.html
Pode saber mais sobre a Moagem Maria Celeste em: 
https://rio-maior-cidadania.blogspot.com/2010/01/moagem-maria-celeste.html 
Pode saber mais sobre a antiga Central Hidroelétrica em:

segunda-feira, 6 de maio de 2019

Fonte na zona das Bocas


Na realidade, poucos metros para jusante da zona das Bocas, o rio Maior aumenta de caudal com a água desta nascente. 
A nascente que foi restaurada em 1985 fica mais exaatamente nas coordenadas 39.3428, -8.9647. 
Infelizmente, devido ao baixo caudal de água que as nascentes principais do rio Maior têm tido, são estes pequenos afloramentos que vão mantendo o rio a correr em direção ao rio Tejo. 



Pode saber mais sobre o rio Maior em: 

sábado, 4 de maio de 2019

Concurso RM Talentos



A 5ª edição do Concurso RM Talentos realizou-se ontem, dia 3 de Maio, no cineteatro de Rio Maior.
O concurso está integrado nas iniciativas da Semana da Juventude em Rio Maior. 
O objectivo do Concurso RM Talentos é o de fomentar a participação dos jovens promovendo as suas capacidades individuais e reconhecer o talento daqueles que se distinguem em determinada área artística.
As inscrições para quem queria participar decorreram até ao dia 19 de março e eram destinadas a todos os jovens dos 12 aos 35 anos, para performances em palco e que podem ser individuais ou em grupo. O casting para selecionar os jovens com maior potencial realizou-se no dia 20 de março. 
Este ano os jovens a concurso foram: Bianca Neves, Sara Cardoso, Tatiana Abrantes e o grupo Queendom (composto por Catarina Pinto, Bárbara Costa e Joana Félix). Tatiana Abrantes foi a vencedora ao cantar a música “Somewhere Over the Rainbow” na versão de Ariana Grande.





Para abrilhantar o espectáculo atuaram também o grupo de HipHop da Escola Superior de Desporto de Rio Maior e a Associação de Dança de Tremês.




A história do concurso começou em 2014 com a competição Voz de Rio Maior em que a jovem Regina Filipe de Alcobertas ganhou. Em 2015 já no formato RM Talentos ganhou a Joana Silva de Rio Maior. Em 2016 o vencedor foi Telmo Tinta de Assentiz com uma performance de magia. Em 2017 a vencedora foi Débora Madeira de Outeiro da Cortiçada e já no ano passado o grande vencedor foi Alexandre Martins.