terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Subestação Eléctrica de Rio Maior



A Subestação Eléctrica de Rio Maior é um equipamento chave na Rede Nacional de Transporte de Energia Eléctrica pois serve de elo de ligação entre o Norte e o Sul do país e também é um dos pontos importantes no abastecimento à Região de Lisboa. 


A subestação ocupa uma área com cerca de 23 hectares e fica situada perto da localidade de Senhora da Luz, na fronteira entre os concelhos de Rio Maior e de Caldas da Rainha. Apesar de se chamar Subestação Eléctrica de Rio Maior, a instalação está praticamente toda no concelho de Caldas da Rainha. 
A inauguração da subestação ocorreu em 1979 e foi uma das primeiras em Portugal a funcionar em muito alta tensão (400KV) embora também funciona-se nos 60KV e 220KV (tensão normal no transporte de energia eléctrica em alta tensão). Alta tensão é um termo utilizado para identificar as considerações de segurança no sistema de geração, distribuição e utilização de energia eléctrica baseado no valor de tensão eléctrica utilizada e é geralmente caracterizada por carregar um risco substancial de arco eléctrico no ar. Define-se circuitos de alta tensão como aqueles com mais de 1KV em corrente alternada. 


Uma subestação é uma instalação eléctrica de alta potência que contem equipamentos para transmissão, transformação e distribuição de energia eléctrica e ainda equipamentos de protecção e controlo. 
A Subestação Eléctrica de Rio Maior é uma infra-estrutura de transformação e distribuição de energia eléctrica que recebe de unidades de produção, como o Parque Eólico da Serra dos Candeeiros ou a Central Térmica do Pego, em Abrantes e eleva a tensão da electricidade para ser transportada em Alta Tensão ou Muito Alta Tensão para as zonas de consumo. 
A subestação foi muito falada, quando pelas 22 horas e 20 minutos de 9 de Maio de 2000, uma cegonha tocou num cabo de alta tensão junto à subestação de Rio Maior e devido à centralidade desta infra-estrutura metade do país ficou sem electricidade. O “apagão” afectou sobretudo a região da Grande Lisboa e a península de Setúbal. Mas os distritos de Faro, Beja, Évora, Portalegre e Santarém foram também afectados. 


Actualmente a Subestação de Rio Maior é a 7ª maior infra-estrutura deste género na Rede Eléctrica Nacional que é composta por 67 subestações eléctricas. 


Evolução da Rede de Transporte de Energia Eléctrica em Portugal. 
Até à década de 40 do século passado, o sistema eléctrico caracterizava-se por diversos pontos de produção, geralmente térmicos, e redes regionais e locais de distribuição. 
A Companhia Nacional de Electricidade (CNE) foi instituída por escritura pública em 14 de Abril de 1947, cujo objectivo centrava-se no fornecimento de energia aos concessionários da grande distribuição ou consumidores em que o abastecimento directo assim o justificava, recorrendo ao estabelecimento e exploração de linhas de transporte e subestações. 
Foi no dia 17 de Janeiro do ano de 1951 que foi inaugurada a denominada Rede Primária, com a entrada em serviço de um grupo da central de Castelo de Bode ligado a Lisboa. Meses mais tarde entraram em serviço as linhas que interligaram Vila Nova a Ermesinde e Ermesinde ao Zêzere, começando-se deste forma a delinear a Rede de Transporte a 150 KV. 
No ano de 1958 dá-se um facto importante no que era até então a Rede de Transporte com o aparecimento do nível de tensão de 220 KV na linha que unia o Picote a Pereiros. 
A expansão da rede de 220 KV no ano de 1961 assenta na criação de uma segunda linha Vermoim - Picote e na importante ligação à rede europeia nomeadamente, Espanha (Saucelle). Assim, Portugal passou a dispor do apoio eléctrico de Espanha e indirectamente da Europa, que quer por razões de segurança, quer por carências energéticas ou até mesmo por questões económicas, se revelou de grande importância. 
A Subestação de Pereiros em 1958 passou a ser o nó de ligação norte – sul. 
Dadas as dificuldades de previsão de cargas e da impossibilidade de estabelecer percursos para a energia, levou a que no ano de 1964 fosse instalado um analisador de redes. Este permitia antecipar sobrecargas e ter conhecimento dos níveis de tensão nos diversos pontos da rede. Já em 1963 tinha sido instalado um regulador automático de frequência, para que este a mantivesse dentro de intervalos aceitáveis, face à sua importância na qualidade e fiabilidade do serviço prestado. 
A fusão em 1 de Dezembro de 1969 de todas as empresas concessionárias da produção e da Rede de Transporte, deu origem à Companhia Portuguesa de Electricidade (CPE). 
Com a crise petrolífera de 1973 e as alterações no quadro político em 1974/75, motivaram a nacionalização do sector eléctrico em 1975, e posteriormente em 1976, à constituição da Electricidade de Portugal (EDP). 
Em 1976 surge pela primeira vez na Rede de Transporte Nacional uma linha isolada para 400 KV, mas que funcionaria a 220 KV, na ligação Carregado – Setúbal. 
Este período para além das habituais ampliações necessárias em consequência do aumento
dos consumos, contemplou o reforço da produção térmica a sul com a grande central de Setúbal.
No ano de 1979, e dá-se início à exploração do nível de 400 KV. As primeiras subestações a usufruírem deste nível de tensão foram as então criadas subestações de Rio Maior e Palmela que entraram em serviço neste ano.
Chega-se a 1985 com o País dividido em termos energéticos entre Norte e Sul. Esta divisão do País com a produção, hídrica a norte e térmica a sul, conduz à transferência para a subestação de Rio Maior da forte interligação destas duas zonas, que antes se encontrava em Pereiros. De referir que o sul de Portugal não possuía ligações eléctricas a Espanha. Pereiros não poderá funcionar como reserva de Rio Maior face à quantidade de energia em jogo. 
A partir do ano de 1987 passa-se a possuir uma “auto-estrada” energética entre Sines e Riba D’Ave a 400 KV, reforçada no ano de 1990.
Em 1994 a REN se desagrega da EDP, ficando esta apenas com 30% do seu capital, e se constitui no operador único de transporte de energia eléctrica que hoje existe.
A rede de transporte de energia eléctrica está em constante desenvolvimento e tem sido alvo de abultados investimentos para melhorar a qualidade do serviço e se ir adaptando aos novos tipos de fornecedores e consumidores de energia.


Rio Maior já possuiu uma Central Hidroeléctrica, inaugurada em 1928. Pode saber mais em: 
Rio Maior já possuiu uma Central Térmica na década de 30 do século passado. Pode saber mais em: 
Rio Maior possui um grande Parque Eólico. Pode saber mais em: 
 

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Mercado Municipal de Rio Maior


A 6 de Novembro de 2018 foi inaugurada mais uma obra de requalificação do Mercado Municipal de Rio Maior. Estas obras obrigaram ao encerramento temporário do piso térreo do mercado. 
Com estas obras o mercado ficou mais atrativo, com melhores condições para o seu funcionamento e tornou também o espaço de utilização mais flexível. De recordar que o edifício contempla uma área útil de 555m2 dividida por dois pisos. 



O objetivo destas obras foi dar mais conforto, higiene e segurança aos utilizadores do espaço de modo a fomentar um maior número de transações de bens, mas também proporcionar uma zona de convívio e de relação entre a cidade e o meio rural. 







A relação entre vendedor e consumidor nos mercados é que tem sido um equilíbrio difícil de manter, levando a que os consumidores passem a procurar menos os mercados em detrimento de outras superfícies, logo levando a que a oferta nos mercados também não seja tão variada quanto o desejado. Este é um círculo vicioso que tem de ser quebrado com ideias inovadoras. 
O mercado tem vindo a perder vendedores e clientes ao longo dos últimos anos e de notar que já em 2013 e 2014, várias bancas no mercado foram a haste pública com uma licitação mínima de 25€ por não haver interessados. 
Esta perda de movimento no mercado não tem sido por falta de investimento monetário no espaço. De referir que estas últimas obras custaram 71.112,55€ e que desde 2011 já foi aqui investido pelo menos 105.603,05€ sem contar com os custos de manutenção do espaço. De lembrar que em Março de 2012 foram terminadas grandes obras de remodelação.


Os mercados retalhistas já desempenharam um papel importante na distribuição de produtos de qualidade às populações, sendo mesmo um símbolo de comércio urbano. Os mercados começaram em recintos ao ar livre e depois passaram a existir como estruturas cobertas. Recentemente o desenvolvimento e conservação dos mercados tem sido posta em causa com o aparecimento de outras ofertas competitivas adaptadas aos novos hábitos de consumo. 

Pode-se e deve-se estudar os mercados municipais no contexto atual para melhor se poder decidir como gerir e direcionar este equipamento público. 

Os pontos fortes dos mercados são: 
- Especializado em produtos frescos com uma forte valorização dos produtos locais. 
- Existe uma forte relação com o espaço urbano e é gerador de efeitos positivos na envolvente. 
- Como a gestão é municipal existem garantias de sanidade, limpeza e higiene. 
- Valor patrimonial público. 
- O atendimento é centrado no consumidor. 
Os pontos fracos dos mercados são: 
- Formato de venda excessivamente dependente do ramo alimentar e desajuste entre a oferta e a procura. 
- Dificuldades de estacionamento e cruzamento de mercadorias com pessoas 
- Gestão pouco empresarial e falta de formação profissional 
- Escassa utilização das novas tecnologias 
- Horários restritos e inadequados 


Não há uma fórmula mágica, mas segundo vários estudos existem 4 cenários para os Mercados Municipais: 
Cenário 1 – Investir desistindo, “Não os matem que eles vão morrendo” 
   Cenário baseado na ideia que os mercados não são sustentáveis a médio/longo prazo. A gestão do mercado pode ser entregue a uma empresa de gestão de condomínios. 
Cenário 2 – Investir desinvestindo, “Vão-se os anéis, mas ficam os dedos” 
   As autarquias têm consciência de que dispõem de um património de localização privilegiada no centro da cidade que poderão rentabilizar. A área do mercado é dividida em espaços para aluguer e para realização de eventos, perdendo-se o objetivo de comércio local. 
Cenário 3 – Investir coexistindo, “Se não os vences, junta-te a eles” 
   Aposta-se na coexistência do comércio tradicional com outro tipo de oferta comercial mais do género das grandes superfícies. 
Cenário 4 – Investir investindo 
   Aposta-se numa abordagem integrada dos mercados, conjugando investimento e inovação de modo a se adequar o funcionamento do mercado com a envolvente urbana. 


Pode saber mais sobre o Mercado Municipal de Rio Maior em:
http://rio-maior-cidadania.blogspot.com/2010/11/mercado-municipal-de-rio-maior.html