quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Praxe aos novos alunos da ESDRM

E terminou ontem a Praxe aos Caloiros da Escola Superior de Desporto de Rio Maior.


Agora só no próximo ano é que se vai ver os novos alunos a se passearem pela cidade de Rio Maior com os típicos penicos amarelos na cabeça e os aventais já bastante sujos. Estes caloiros (novos estudantes) chamam-se Porcos pois é o animal pelo qual infelizmente Rio Maior é conhecido devido às muitas suiniculturas que cá existem. 
Foi uma longa praxe que durou mais de mês e meio e que serviu para acolher e integrar os novos alunos da ESDRM que na sua grande maioria não são do Concelho de Rio Maior. De notar que todos os dias se reuniam junto ao Estádio Municipal numa pequena cerimonia realizada pontualmente às 8:40 da manhã. 
Quero referir que a adesão à praxe foi totalmente voluntária e que o principal objetivo foi criar laços de amizade entre os colegas e dar a conhecer o curso a escola e a cidade. 
O final da praxe ocorreu ontem numa cerimónia intitulada por Batismo. Todos se concentraram junto ao Pavilhão Multiusos e depois deslocaram-se em cortejo até ao Jardim Municipal onde a atividade principal se realizou no lago do jardim. 
As imagens para quem não está dentro do sistema da praxe podem transparecer uma certa brutalidade gratuita, mas tal não foi o que aconteceu, foi sim um processo de iniciação e de fecho de um ciclo de preparação, a praxe. 








Uma breve história da Praxe Académica em Portugal. 
A praxe apareceu na Universidade de Coimbra. 
No reinado de D.João V, século XVIII, a praxe foi proibida para evitar ofensas entre estudantes. 
No entanto a praxe não acabou e já no século XIX houve mesmo um aumento da violência com o aparecimento do canelão (os estudantes mais velhos davam pontapés nas canelas dos mais novos) e o rapanço (os estudantes mais novos viam os seus pelos rapados). 
No século XX, em 1902 o canelão foi abolido e com a implantação da República em 1910 a praxe é mesmo abolida. 
Com o Estado Novo, aparecem novamente as praxes nas Universidades. 
Com a revolução de 25 de Abril de 1974, a praxe é dissipada. 
Mas aos poucos a praxe vai ganhando força até chegarmos aos dias de hoje em que as praxes violentas são muito criticadas e combatidas, mas as praxes de integração e positivas são consideradas um bom instrumento de união dos estudantes. 
A praxe é para muitos novos estudantes a única forma que têm de no início do ano conhecerem pessoas, familiarizarem-se com o curso e integrarem-se na universidade e na cidade. A praxe cria amizades, integra, gera redes futuras de companheirismo e gera solidariedades grupais. 
No entanto a praxe não deixa de ser um sistema profundamente hierárquico com regras rígidas às quais os caloiros devem de obedecer sem levantar objeções.


Pode saber mais sobre a ESDRM em:
Pode saber mais sobre a inauguração do edifício da ESDRM em:
Pode saber mais sobre as tunas de Rio Maior em:
Pode saber mais sobre o Bagatunaço em:
 

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